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Trump descarta tirar Powell do comando do Fed, mas mantém críticas à política monetária

Em entrevista à NBC, presidente eleito dos EUA reafirma direito de opinar sobre juros, ironiza o cargo de Powell e retoma ameaças comerciais contra Canadá e México

Agência o Globo
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Publicado em 9 de dezembro de 2024 às 07h10.

Última atualização em 9 de dezembro de 2024 às 07h23.

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O presidente eleito dos EUA, Donald Trump, afirmou que não tem planos de substituir Jerome Powell, atual líder do Federal Reserve (Fed), quando voltar à Casa Branca, dizendo: "não pretendo fazer isso". Com o mandato como presidente do Fed indo até maio de 2026, Powell declarou no mês passado que não renunciaria antecipadamente se Trump pedisse sua demissão.

"Eu acho que, se eu dissesse para ele renunciar, ele renunciaria", afirmou Trump no programa Meet the Press da NBC, sua primeira entrevista na TV desde que venceu a eleição em novembro. "Mas, se eu pedisse, ele provavelmente não renunciaria."

Powell deixou claro logo após a eleição que está preparado para defender a independência do Fed contra pressões políticas, insistindo que o presidente eleito não tem poder para demiti-lo ou outros líderes seniores da instituição.

Trump já declarou que acredita ter o direito de opinar sobre a política monetária e a definição de taxas de juros. Em uma entrevista à Bloomberg em outubro, ele afirmou: "Acho que tenho o direito de dizer: 'Deveriam subir ou descer um pouco'. Não acho que eu deva ordenar isso, mas acho que posso dar minha opinião."

Além disso, ele ironizou o cargo de presidente do Fed, chamando-o de "o melhor emprego do governo". Segundo Trump: "Você aparece no escritório uma vez por mês e diz: 'Vamos ver, cara ou coroa'."

Apesar de ter nomeado Powell durante seu primeiro mandato, Trump considerou, na época, demiti-lo ou rebaixá-lo após o Federal Reserve aumentar as taxas de juros diversas vezes, algo que desagradou ao então presidente. No entanto, na entrevista à NBC, Trump comentou sobre a recusa de Powell em deixar o cargo, reafirmando a complexidade da relação entre ambos.

Ameaças tarifárias

Trump renovou sua ameaça de impor tarifas a parceiros comerciais dos EUA, destacando o balanço comercial com México e Canadá e sugerindo que o comércio com esses países equivale a subsidiar suas economias.

"Por que estamos subsidiando esses países? Se vamos subsidiá-los, que se tornem um estado", disse ele. "Estamos subsidiando México, Canadá e muitos outros países ao redor do mundo."

'Não posso garantir o amanhã'

Perguntado sobre o consenso entre economistas de que tarifas aumentam os preços para os consumidores e se poderia garantir que famílias americanas não pagariam mais, Trump respondeu: "Não posso garantir nada. Não posso garantir o amanhã."

Trump prometeu novamente acabar com a cidadania por direito de nascimento em seu primeiro dia no cargo, argumentando que os EUA são o único país com essa lei. "Vamos acabar com isso porque é ridículo", disse ele.

Trump também reiterou que os aliados da Otan precisam "pagar suas contas", mas evitou se comprometer incondicionalmente com a permanência dos EUA na aliança durante seu segundo mandato. "Se eles pagarem suas contas e eu achar que estão nos tratando de forma justa, a resposta é absolutamente, eu ficaria na Otan", declarou.

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