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Trump culpa procurador especial pela péssima relação com Rússia

Trump criticou o procurador Robert Mueller, responsável pela investigação da suposta ingerência russa nas eleições americanas de 2016

Trump: o suposto ataque químico na Síria e o envenenamento do ex-espião russo na Inglaterra, pioraram a relação política entre os EUA e a Rússia (Leah Millis/Reuters)

Trump: o suposto ataque químico na Síria e o envenenamento do ex-espião russo na Inglaterra, pioraram a relação política entre os EUA e a Rússia (Leah Millis/Reuters)

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AFP

Publicado em 11 de abril de 2018 às 15h24.

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, responsabilizou nesta quarta-feira (11) o procurador especial que investiga a suposta ingerência russa nas eleições americanas de 2016, Robert Mueller, pelo péssimo estado das relações entre Washington e Moscou.

Em uma sequência de mensagens no Twitter, Trump primeiro advertiu a Rússia de que lançará mísseis na Síria, lamentou o estado das relações bilaterais com Moscou e, finalmente, responsabilizou a investigação da ingerência russa por esse quadro.

O procurador especial Robert Mueller conduz uma investigação para determinar se essa ingerência russa na corrida presidencial de 2016 aconteceu em conluio com o comitê de campanha de Trump, que nega qualquer envolvimento.

"Muito da animosidade com a Rússia é causado pela investigação falsa e corrupta sobre a Rússia, liderada por pessoas leais ao Partido Democrata, ou por gente que trabalhou para (o ex-presidente Barack) Obama", afirmou Trump em um novo tuíte.

Diante disso, senadores dos dois partidos apresentaram hoje um projeto de lei que determina que um procurador especial possa ser afastado apenas por uma autoridade de alto escalão do Departamento de Justiça e "por um bom motivo".

Caos e senso comum

Apesar de ter reconhecido o péssimo estado das relações bilaterais com Moscou, Trump afirmou que os dois países se beneficiariam mais da cooperação do que do conflito.

"Não há motivo para isso. A Rússia precisa de nós para que a ajudemos com sua economia, algo que seria muito fácil de fazer, e precisamos de que todas as nações trabalhem juntas. Conter a corrida armamentista?", tuitou.

Já em Moscou, o presidente russo, Vladimir Putin, advertiu que "a situação no mundo se torna mais e mais caótica. Esperamos, porém, que o senso comum se imponha e que as relações internacionais tomem uma direção construtiva", disse Putin a diplomatas estrangeiros, sem mencionar os Estados Unidos diretamente.

O histórico distanciamento entre Washington e Moscou se tornou, recentemente, um enorme fosso, devido à posição de ambos os países em relação ao conflito na Síria.

Essa situação já delicada se agravou diante de um suposto ataque químico, no fim de semana, em Duma, pelo qual Washington e outros países responsabilizaram Damasco e Moscou.

Trump ameaçou lançar mísseis contra posições sírias em resposta a esse suposto ataque químico. Moscou respondeu, advertindo que derrubará todos os mísseis americanos.

Já o Ministério sírio das Relações Exteriores considerou "irresponsáveis" as declarações de Trump.

E o Kremlin reagiu, afirmando que "não participamos da diplomacia de tuítes" de Trump.

"Somos partidários de aproximações sérias", declarou o porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov, citado por agências russas de notícias.

Em meio a essa perigosa escalada retórica sobre o conflito, a Turquia - outro ator fundamental na Síria - pediu a Washington e a Moscou que ponham fim à "briga de rua", nas palavras do premiê turco, Binali Yildirim.

 

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