Trump: "Podemos mudar a lei esta noite, podemos fazer isso agora mesmo. Mas precisamos dos votos dos democratas" (Kevin Lamarque/Reuters)
AFP
Publicado em 15 de junho de 2018 às 18h29.
O presidente Donald Trump afirmou nesta sexta-feira (15) que não gosta de ver crianças imigrantes separadas de suas famílias na fronteira com o México, mas culpou o Partido Democrata por essa situação.
"Detesto que essas crianças sejam separadas (de suas famílias). Os democratas têm que mudar a lei. É a lei deles", afirmou Trump em um incomum contato direto com a imprensa nos jardins da Casa Branca.
O governo passou a aplicar de forma rigorosa em maio uma normativa segundo as quais as famílias que entram de forma clandestina no país são imediatamente separadas e as crianças menores levadas para instalações desconhecidas por seus pais.
A medida causou polêmica nacional mas, para Trump, a culpa é dos congressistas democratas, apesar de o Partido Republicano controlar as duas câmaras do Congresso.
De acordo com uma fonte do Departamento de Segurança Interna (DHS, na sigla em inglês), entre 19 de abril e 31 de maio nada menos que 1995 crianças e menores de idade foram separadas de seus familiares, que continuam presos à espera de um processo.
Autoridades preparam um complexo de tendas de campanha temporárias a aproximadamente 55 quilômetros da cidade de El Paso, que de acordo com a imprensa poderá receber cerca de 360 crianças em breve.
"Esta lei é dos democratas", insistiu Trump, em referência ao fato de que a normativa foi elaborada durante o governo de Barack Obama, apesar de ter sido aplicada apenas em casos excepcionais.
"Podemos mudar a lei esta noite, podemos fazer isso agora mesmo. Mas precisamos dos votos dos democratas", alfinetou.
Trump recordou que os republicanos têm uma maioria de apenas um voto no Senado, e, por isso, a aprovação de uma nova lei migratória requer o apoio dos democratas.
"Essas crianças podem ser atendidas rapidamente e de forma imediata. Mas os democratas forçaram esta nação a essa lei. Detesto ver essa separação de pais e filhos", insistiu o presidente.