Donald Trump: presidente americano chamou de "enviesadas e falsas" as notícias das emissoras "NBC" e "ABC" sobre seus supostos vínculos com funcionários do governo russo (Mario Tama/Getty Images)
EFE
Publicado em 23 de março de 2017 às 11h45.
Washington - O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, continuou nesta quinta-feira sua ofensiva contra os veículos de comunicação ao chamar de "enviesadas e falsas" as notícias das emissoras "NBC" e "ABC" sobre seus supostos vínculos com funcionários do governo russo.
"Acabo de ver as notícias totalmente enviesadas e falsas da chamada história da Rússia na "NBC" e na "ABC". Que desonestos!", escreveu Trump em sua conta no Twitter.
Just watched the totally biased and fake news reports of the so-called Russia story on NBC and ABC. Such dishonesty!
— Donald J. Trump (@realDonaldTrump) March 23, 2017
Trump não especificou a que notícia sobre a Rússia se referia, mas ambas emissoras de televisão divulgaram uma matéria que revelou hoje que agentes do Departamento do Tesouro obtiveram informação financeira de Paul Manafort, ex-chefe de campanha de Trump.
Ditos documentos supostamente fazem parte de uma investigação anticorrupção do governo dos EUA sobre o trabalho de Manafort no leste da Europa.
Manafort foi contratado pela campanha de Trump em março de 2016, em maio foi promovido à estrategista chefe e em junho assumiu as rédeas da campanha até sua saída em agosto, quando se viu obrigado a renunciar após a revelação de que estava sendo investigado na Ucrânia por receber pagamentos de um partido pró-Rússia.
Agora, se encontra no centro da polêmica sobre a Rússia devido a seus vínculos com o oligarca russo Oleg Deripaska, um aliado do presidente russo, Vladimir Putin, a quem o ex-chefe de campanha de Trump assessorou há uma década "em assuntos comerciais e pessoais em países onde tinha investimentos", segundo reconheceu nesta quarta-feira o próprio Manafort.
No entanto, Manafort negou que seu trabalho para Deripaska consistisse em promover os interesses do chefe do Kremlin.
Na segunda-feira, em uma audiência no Congresso, o diretor do FBI, James Comey, confirmou que a polícia federal americana está investigando a suposta ingerência do Kremlin nos pleitos presidenciais de novembro do ano passado, assim como os possíveis contatos entre o círculo de Trump e funcionários do governo russo.