Donald Trump, em um comício em 9 de março de 2024, na Geórgia, sul dos Estados Unidos (Elijah Nouvelage/AFP Photo)
Agência de notícias
Publicado em 12 de março de 2024 às 13h24.
Última atualização em 12 de março de 2024 às 13h35.
A essa altura, ninguém duvida que Donald Trump será o candidato republicano nas eleições presidenciais. A chance de sua candidatura ser confirmada oficialmente nesta terça-feira, 12, é alta, caso ele obtenha os votos necessários nas primárias de quatro estados, incluindo a Geórgia.
O ex-presidente é o único republicano na corrida para as eleições de novembro, após eliminar cerca de dez candidatos nos últimos meses. Sua última rival, Nikki Haley, desistiu em 6 de março.
No entanto, para ser designado como candidato oficial, o republicano precisa conquistar um certo número de delegados — representantes encarregados de nomeá-lo durante uma assembleia em meados de julho.
Donald Trump precisa de 1.215 delegados para garantir a candidatura, um objetivo que ele poderá ultrapassar nesta terça-feira, após quatro estados americanos realizarem suas primárias.
Entre eles está a Geórgia, estado com o qual Trump mantém uma relação complicada.
O estado do sudeste do país, fronteiriço com a Florida, costuma inclinar-se ao candidato republicano nas eleições presidenciais.
Os georgianos escolheram Trump em 2016, mas o abandonaram em 2020, votando em Joe Biden. A margem de votos entre eles foi pequena, menos de 12 mil, e Donald Trump nunca reconheceu sua derrota.
Trump pressionou os funcionários eleitorais estaduais, pedindo por meio de um telefonema que "encontrassem" o número de votos que ele precisava para vencer.
A conversa gravada tornou-se pública e as autoridades da Geórgia apresentaram uma denúncia, expondo Donald Trump a uma possível pena de prisão e à vexatória "foto de réu" capturada pela polícia da capital, Atlanta, que circulou pelo mundo.
Assim como em 2020, a Geórgia também pode ser decisiva nas eleições de novembro. O duelo anunciado é o mesmo: Donald Trump, de 77 anos, contra Joe Biden, de 81, e a diferença é muito estreita, de acordo com as pesquisas.
Ambos fizeram comícios no estado no último sábado. Enfrentam-se em dois temas recorrentes: a idade de Biden e a migração.
Fortalecido por um discurso agressivo na semana passada perante o Congresso, Joe Biden viajou até Atlanta para mobilizar eleitores negros e latinos.
Trump intensificou seus ataques contra os migrantes que cruzam a fronteira com o México, alegando que "envenenam o sangue" do país.
Fiel ao seu estilo, o ex-presidente também zomba de Biden em seus comícios, imitando sua maneira de falar, às vezes gago, e de andar, um pouco rígida.
Pensilvânia, Michigan, Arizona, Carolina do Norte, Wisconsin e Nevada são alguns dos outros estados potencialmente decisivos em novembro, o que os americanos chamam de "estados-pêndulo".