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Trump confirma operação para deportar imigrantes neste final de semana

"Vamos expulsar as pessoas e levá-las de volta para seus países", disse Trump sobre a operação que deve atingir 2 mil famílias em 10 cidades americanas

EUA: "Não é justo que baste alguém atravessar a fronteira para obter a cidadania", disse Trump (Kim Kyung-Hoon/Reuters)

EUA: "Não é justo que baste alguém atravessar a fronteira para obter a cidadania", disse Trump (Kim Kyung-Hoon/Reuters)

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AFP

Publicado em 12 de julho de 2019 às 15h31.

O presidente Donald Trump confirmou nesta sexta-feira (12) que uma grande operação para deportar migrantes em situação irregular começará neste final de semana nos Estados Unidos.

"Eles vieram ilegalmente. Nós vamos devolvê-los legalmente. É muito simples", disse Trump aos jornalistas na Casa Branca.

"Vamos expulsar as pessoas e levá-las de volta para seus países", acrescentou.

"Não é uma coisa que eu goste de fazer, mas pessoas vieram ilegalmente para o nosso país", insistiu Trump, que disse estar "na obrigação" de levar a medida adiante.

"Milhões de pessoas fazem fila para se tornarem cidadãos deste país. Passaram por testes, estudaram, aprenderam o inglês, esperaram sete, oito, nove anos (...) Não é justo que baste alguém atravessar a fronteira para obter a cidadania (americana)", completou.

Essa onda de detenções e expulsões foi anunciada em 21 de junho pelo republicano e, então, adiada por duas semanas para dar tempo ao Congresso de buscar um compromisso sobre as medidas de segurança a adotar na fronteira com o México.

A imigração irregular é o pilar de sua campanha e de seu governo.

A operação, que começará no domingo, é destinada a 2.000 pessoas em pelo menos dez cidades e pode incluir "deportações colaterais", segundo matéria publicada pelo jornal "The New York Times" na quinta-feira.

Não abrir a porta

Os democratas reagiram, dizendo que esses planos ameaçam potencialmente as pessoas que vivem nos Estados Unidos há anos e cujas famílias costumam incluir crianças americanas. A ameaça de deportações assusta muitas comunidades nos Estados Unidos.

"Essa ação brutal vai aterrorizar as crianças e dividir famílias", denunciou ontem a presidente da Câmara de Representantes, a democrata Nancy Pelosi.

Várias associações têm distribuído manuais que incluem instruções sobre como se comportar, se forem interpelados pelos agentes, e quais são seus direitos. Também encorajam as pessoas a não abrirem a porta de casa para os agentes da Polícia Migratória.

Organizações de direitos humanos se uniram para processar o procurador-geral, William Barr, e as agências envolvidas, de modo a evitar deportações. Segundo essas ONGs, a operação viola o devido processo legal.

O jornal NYT relata que os imigrantes visados são aqueles que entraram no país recentemente. Os pedidos de regularização foram apresentados no final de 2018, e eles receberam o aviso de expulsão em fevereiro.

Esses avisos podem ser emitidos pela Justiça, rejeitando um pedido de refúgio, ou deliberando sobre delitos menores, quando os migrantes em situação clandestina não comparecem à audiência - em geral, por medo de serem detidos.

Associações envolvidas com a defesa dos direitos dos migrantes apresentaram ontem um recurso a um tribunal de Nova York para anular os mandados de expulsão. Pediram ainda que os clandestinos presos sejam ouvidos por um juiz de imigração, antes de determinar seu destino.

Há mais de um ano, os Estados Unidos enfrentam uma crise migratória na fronteira com o México, agravada, a cada mês, pelos milhares de centro-americanos que fogem da violência e da miséria em seus países.

O número de migrantes em situação ilegal detidos em junho - mais de de 100.000 - teve uma queda de 28% em relação a maio, mas a situação permanece "crítica", anunciou o Departamento de Segurança Interna esta semana.

Este último está sob fogo cruzado desde a divulgação de um relatório oficial, apontando uma "superlotação perigosa" em vários centros que acolhem esses migrantes no Texas.

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