Oficial da Coreia do Norte, Kim Yong Chol, e o presidente dos EUA, Donald Trump: essa é o primeiro encontro entre um oficial norte-coreano e um presidente americano desde 2000 (Leah Millis/Reuters)
Reuters
Publicado em 1 de junho de 2018 às 16h22.
Última atualização em 1 de junho de 2018 às 17h11.
São Paulo - O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, disse que a cúpula planejada com o líder norte-coreano, Kim Jong Un, ainda irá acontecer no dia 12 de junho em Singapura.
"Eu acho que provavelmente será um muito bem-sucedida", disse Trump a repórteres na Casa Branca. A expectativa, no entanto, é a de que várias reuniões aconteçam entre os líderes, dada a complexidade da questão e a diferença de opinião de cada um deles. O processo, portanto, deve ser longo.
A confirmação de que os planos para o encontro histórico vem depois de Trump se reunir com o "número 2" do regime coreano, Kim Yong Chol, no que foi a primeira reunião entre um presidente americano e um oficial norte-coreano desde 2000.
O encontro entre os líderes, no qual o processo de desnuclearização da Coreia do Norte será o tema central, esteve por um fio nas últimas semanas em razão, principalmente, dos temperamentos exaltados de ambas as partes.
Após a primeira confirmação de que a cúpula aconteceria, início de maio, o regime norte-coreano demonstrou profunda insatisfação com as manobras militares conjuntas entre EUA e Coreia do Sul realizadas dias depois dessa notícia.
Como resultado, o regime chegou a ameaçar o governo americano para que não confundisse "esforço de paz com sinal de fraqueza". Trump imediatamente reagiu, cancelando o encontro.
A situação, no entanto, não passou de uma faísca, embora muito ameaçadora. Dias depois, os países restabeleceram os contatos e passaram a demonstrar publicamente que estavam trabalhando para salvar as negociações. Agora, ao que tudo indica, o histórico encontro entre EUA e Coreia do Norte parece estar de volta aos trilhos.
A declaração do presidente é vista como positiva por especialistas. Beatrice Fihn, diretora executiva da ICAN, entidade que ganhou o Nobel da Paz no ano passado por sua luta pela proibição de armas nucleares no mundo, disse em comunicado a EXAME que "o presidente Trump finalmente entendeu que o processo de desnuclearização da Coreia do Norte irá exigir o envolvimento da comunidade internacional, bem como passos progressivos".