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Trump condenou tratado de armas nucleares em conversa com Putin

Quando Putin levantou a possibilidade de estender o tratado, Trump fez uma pausa para perguntar aos seus assessores o que era, dizem fontes

Trump: o tratado dá aos dois países até fevereiro de 2018 para reduzir as suas ogivas nucleares estratégicas para não mais do que 1.550 (Mark Wilson/Getty Images)

Trump: o tratado dá aos dois países até fevereiro de 2018 para reduzir as suas ogivas nucleares estratégicas para não mais do que 1.550 (Mark Wilson/Getty Images)

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Reuters

Publicado em 9 de fevereiro de 2017 às 18h53.

Última atualização em 6 de abril de 2017 às 12h59.

Washington - Na sua primeira conversa telefônica como presidente com o líder russo, Vladimir Putin, Donald Trump condenou um tratado que limita o emprego de ogivas nucleares pelos Estados Unidos e a Rússia como um acordo ruim para os EUA, de acordo com duas autoridades norte-americanas e uma antiga autoridade do país com informações sobre a ligação.

Quando Putin levantou a possibilidade de estender o tratado de 2010, conhecido como Novo Start, Trump fez uma pausa para perguntar aos seus assessores o que era o tratado, disseram essas fontes.

Trump então declarou a Putin que o tratado era um dos vários acordos ruins negociados pelo governo de Barack Obama, dizendo que o Novo Start favorecia a Rússia. Trump também falou sobre a sua própria popularidade.

A Casa Branca não quis comentar e fez referência ao relato oficial divulgado depois da ligação de 28 de janeiro, que não menciona a discussão sobre o tratado.

Não havia sido relatado antes que Trump tinha manifestado as suas dúvidas sobre o acordo para Putin no telefonema de uma hora.

O Novo Start dá aos dois países até fevereiro de 2018 para reduzir as suas ogivas nucleares estratégicas para não mais do que 1.550, o menor nível em décadas.

Ele também limita os mísseis com base terrestre e submarina e bombardeiros com capacidade nuclear.

Durante um debate na campanha presidencial de 2016, Trump afirmou que a Rússia havia sido mais esperta que os EUA com o tratado.

Ele disse então incorretamente que o acordo havia permitido que a Rússia continuasse a produzir ogivas nucleares, enquanto os EUA não poderiam.

O secretário de Estado norte-americano, Rex Tillerson, disse que ele apoiava o tratado durante sessão de confirmação no Senado.

Durante as sessões, Tillerson afirmou que era importante para os EUA "se manter engajado com a Rússia, mostrando a responsabilidade deles com os compromissos feitos sob o Novo Start, e garantir a nossa responsabilidade também".

Duas das pessoas que descreveram a conversa receberam informações de representantes atuais do governo que leram anotações detalhadas feitas durante a ligação.

Um dos dois viu partes das anotações. Uma terceira fonte também foi informada sobre o telefonema.

A Reuters não reviu as anotações sobre o telefonema, que são confidenciais.

O Kremlin não respondeu imediatamente os pedidos por comentário.

Preocupações

O telefonema com Putin aumentou as preocupações de que Trump não é preparado de forma adequada para discussões com líderes estrangeiros.

Tradicionalmente, antes de uma conversa por telefone com um líder estrangeiro, um presidente recebe um relatório aprofundado feito pelo Conselho de Segurança Nacional após consultas com as agências relevantes, incluindo o Departamento de Estado, o Pentágono e a inteligência, disseram duas antigas autoridades.

Pouco antes da ligação, o presidente também costuma receber um briefing do seu assessor de segurança nacional e do seu principal conselheiro para o determinado tema, declararam eles.

Trump não recebeu informações sistematizadas dos especialistas sobre a Rússia antes do telefonema de Putin, afirmaram duas das fontes.

A Reuters não foi capaz de determinar se ele teve um briefing de Michael Flynn, o seu assessor de segurança nacional.

No telefonema, o líder russo levantou a possibilidade de retomar negociações sobre uma série de disputas e sugeriu a extensão do Novo Start, disseram as fontes.

O acordo pode ser prolongado por mais cinco anos. Se os dois não concordarem com isso ou não negociarem novos cortes, as duas maiores potências nucleares ficariam livres dos limites do tratado, potencialmente abrindo caminho para uma nova corrida armamentista.

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