Trump: o secretário de Estado americano, Rex Tillerson, também criticou o ataque (Kevin Lamarque/Reuters)
Reuters
Publicado em 4 de abril de 2017 às 17h28.
Última atualização em 4 de abril de 2017 às 20h14.
Washington - O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, condenou nesta terça-feira um ataque com armas químicas na Síria que matou dezenas de pessoas e culpou o presidente sírio, Bashar al-Assad, mas não disse como reagiria, apesar dos pedidos da França por uma liderança mais forte nos EUA.
Trump disse que o ataque na província síria de Idlib é "repreensível e não pode ser ignorado pelo mundo civilizado", embora também tenha tentado culpar seu antecessor, Barack Obama.
"Essas ações hediondas pelo regime de Bashar al-Assad são uma consequência da fraqueza e indecisão do último governo", afirmou Trump em um comunicado.
"O presidente Obama disse em 2012 que estabeleceria um limite contra o uso de armas químicas e, então, não fez nada."
O Exército sírio negou a responsabilidade e disse que nunca usaria armas químicas.
O ataque com armas químicas na terça-feira, que matou dezenas de pessoas, incluindo crianças, ocorreu uma semana depois que o secretário de Estado norte-americano, Rex Tillerson, e a embaixadora dos EUA na ONU, Nikki Haley, disseram que o foco do país na Síria era parar os militantes do Estado Islâmico, e não forçar a saída de Assad.
Um alto funcionário do governo Trump disse nesta terça-feira que o governo estava analisando as opções de política após o ataque em Idlib, mas que as opções eram limitadas e que as opiniões expressadas por Tillerson e Haley estavam mantidas.
"Nada mudou em termos dessa dinâmica: nossa capacidade de livrar-se dele não aumenta porque ele faz algo terrível", disse o funcionário.
O ministro das Relações Exteriores da França afirmou que o suposto ataque com armas químicas era uma forma de testar o governo Trump e instou Washington a esclarecer sua posição sobre Assad.
"A questão é saber, sim ou não, se os norte-americanos apoiam uma transição política na Síria, o que significa organizar essa transição, eleições e que no final do processo a questão sobre a saída de Assad é perguntada", disse Jean-Marc Ayrault à rádio RTL.
Um membro da oposição síria disse que o ataque foi uma "consequência direta" das recentes declarações dos EUA sobre Assad.