EUA: o tenente era responsável por levar o detido iraquiano para sua aldeia, quando decidiu interrogá-lo em uma estrada isolada (Jonathan Ernst/Reuters)
AFP
Publicado em 7 de maio de 2019 às 13h34.
O presidente Donald Trump concedeu perdão ao ex-tenente americano Michael Behenna, condenado em 2009 por assassinar um preso iraquiano - decisão que causou muita polêmica com grupos de defesa dos direitos civis, nesta terça-feira (7).
Em um comunicado na segunda à noite, a Casa Branca disse que a decisão é "totalmente merecida", pois Behenna "se comportou como um preso modelo", e seu caso "atraiu amplo apoio" dentro e fora dos círculos militares.
Behenna, de 35 anos, foi condenado em 2009 por uma corte marcial a 25 anos de prisão pelo assassinato do detento Ali Mansur, cometido um ano antes perto de Baiji, no norte do Iraque.
Suspeito de pertencer à Al-Qaeda e de ter sido autor de um ataque a bomba que matou dois soldados americanos, o Exército dos Estados Unidos prendeu o iraquiano no início de maio de 2008. Por não conseguir provar sua participação no ataque, ordenou que ele fosse solto, após dez dias de detido.
O tenente Behenna, que conhecia as duas vítimas, ficou encarregado de levar o iraquiano de volta para sua aldeia com seu pelotão, mas decidiu interrogá-lo em uma estrada isolada.
O corpo nu do iraquiano foi encontrado no dia seguinte com dois tiros e parcialmente queimado.
No julgamento, o tenente Behenna alegou legítima defesa. Após várias apelações, sua sentença foi reduzida para 15 anos de prisão pelo escritório de indultos militares. Foi posto em liberdade condicional em 2014.