DONALD TRUMP: presidente americano terá o desafio de mostrar que o país segue um potência global em viagem de 12 dias na zona de influência chinesa / Yuri Gripas/ Reuters (Yuri Gripas/Reuters/Reuters)
Da Redação
Publicado em 3 de novembro de 2017 às 06h45.
Última atualização em 3 de novembro de 2017 às 07h36.
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, embarca hoje para a viagem internacional mais longa e importante de seu mandato. Com uma parada no Havaí nesta sexta-feira, o trajeto presidencial segue logo depois para a Ásia, onde Trump visita Japão, Coreia do Sul, China, Vietnã e Filipinas, em uma turnê de 12 dias.
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Embora alguns analistas avaliem a viagem como uma oportunidade de o presidente agir como um líder internacional, muitos questionam a capacidade da equipe de Trump de mantê-lo longe de encrenca e de falas controversas.
A viagem pode até começar tranquila, com Trump jogando golfe com o primeiro ministro japonês Shinzo Abe, mas as tensões da região vão além dos 18 buracos: Abe foi recém eleito prometendo ampliar o poder militar japonês, elevando o estresse diante de uma Coreia do Norte que não dá paz.
Durante o feriado, a Agência de Espionagem da Coreia do Sul afirmou que o regime de Kim Jong-Un pode estar planejando novos testes balísticos, com mísseis capazes de atingir os Estados Unidos — em 2017, a Coreia do Norte testou 22 mísseis em 15 testes.
A gama de líderes com quem Trump se encontra também é um fator alarmante. Embora as relações do presidente estejam bem azeitadas com Abe, com a China e Xi Jinping Trump mantém uma relação cordial, mas potencialmente explosiva.
Tudo depende da paciência dos chineses em lidar com o político que já os acusou de manipulação monetária e prometeu taxar os produtos chineses. Além disso, a relação com o presidente das Filipinas, Rodrigo Duterte, pode gerar polêmica, muito pela questão dos assassinatos extra-judiciais, encomendados pelo governo filipino a traficantes de drogas.
Ontem, pelo Twitter, Trump pediu PENA DE MORTE, em letras garrafais, ao autor do atentado que matou oito pessoas em Nova York. Seu fraco para a violência de estado é, portanto, uma preocupação no encontro com o sanguinário Duterte.
Trump definitivamente não precisa de mais más notícias. Ele viu esta semana o retorno à agenda pública da história da interferência russa nas eleições, com o indiciamento de, entre outros, seu ex-diretor de campanha, Paul Manafort, por lavagem de dinheiro. Segundo uma pesquisa recente do grupo YouGov, a aprovação de Trump não está nos piores níveis já vistos, mas ainda está na casa dos 40%.
A missão de Trump na viagem é uma só: mostrar aos grandes aliados, e aos inimigos, que os Estados Unidos ainda são uma liderança global. A ver como ele se sai.