Donald Trump: "Acredito que Kim Jong-un queira ver coisas maravilhosas" para o seu país e seu povo, disse (carlos barria/Reuters)
Estadão Conteúdo
Publicado em 7 de junho de 2018 às 17h28.
Última atualização em 7 de junho de 2018 às 17h28.
São Paulo - O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou nesta quinta-feira que "certamente" convidaria o líder da Coreia do Norte, Kim Jong-un, para uma visita à Casa Branca "se tudo der certo" na reunião que os dois terão em Singapura, em 11 de junho, às 22h (de Brasília).
Dar tudo certo é justamente o desenlace que o primeiro-ministro do Japão, Shinzo Abe, em visita à Casa Branca, deseja ver do encontro do mais alto escalão. Espero que seja um "sucesso estrondoso", declarou em coletiva ao lado do colega americano. "Quero prestar respeito à liderança do presidente Trump por tomar a decisão de se reunir com Kim", atalhou.
Como de costume, no entanto, Trump deu sinalizações em direções distintas, apontando também que está "pronto para abandonar" o diálogo em curso com Pyongyang. "Mas espero que isso não seja necessário."
Ao mesmo tempo, o presidente americano manteve na mesa a possibilidade de assinar um acordo para encerrar a guerra dos EUA contra a Coreia do Norte. "Acredito que Kim Jong-un queira ver coisas maravilhosas" para o seu país e seu povo, disse.
Trump voltou a criticar a postura adotada por seus antecessores em relação a Pyongyang, pontuando que a ameaça representada pelo desenvolvimento de armas nucleares pelo governo norte-coreano não foi resolvida "quando deveria". "Então eu vou resolvê-la", prometeu.
Ele trouxe à tona sua decisão de abandonar o acordo nuclear com o Irã e reinstaurar sanções contra o país persa. "O Irã não é mais o país que era há alguns meses."
O atual ocupante da Casa Branca previu ainda que a desnuclearização da Península Coreana traria uma "nova era de paz e prosperidade" aos vizinhos na região, mas também à China e ao Japão. E elogiou o papel de Tóquio e Seul nas tentativas de aproximação com Pyongyang.
"O primeiro-ministro Abe e o presidente Moon (Jae-in, da Coreia do Sul) foram extremamente prestativos", agradeceu Trump, referindo-se às negociações que, até segunda ordem, culminarão no futuro encontro com Kim Jong-un em Cingapura.
Ele também se referiu aos parceiros japoneses e sul-coreanos ao revelar que ambos os países prometeram ajudar a Coreia do Norte economicamente se os desdobramentos do diálogo com Pyongyang levarem à desnuclearização norte-coreana.
A retórica de Abe seguiu a mesma direção. "Estamos prontos para normalizar as relações com a Coreia do Norte e apagar o passado infeliz", garantiu o premiê japonês, em referência a sequestros de japoneses nos anos 1970 e 1980 que atribui a Pyongyang.
Mas o premiê garantiu que, assim como os EUA, só suspenderá as sanções japonesas contra a Coreia do Norte com garantias de que o regime de Kim Jong-un se desfaça de suas armas nucleares.