Mueller é responsável por investigar a suposta ingerência da Rússia nas eleições americanas (Leah Millis/Reuters)
EFE
Publicado em 21 de março de 2018 às 12h08.
Washington - O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, voltou nesta quarta-feira a atacar o procurador especial responsável por investigar a suposta ingerência da Rússia nas eleições americanas, Robert Mueller, depois que a Casa Branca garantiu que o chefe de Estado não pensa em demiti-lo do cargo.
Através do Twitter, Trump citou um professor de direito da Universidade de Harvard, Alan Dershowitz, que, segundo ele, é contrário à escolha de Mueller como investigador independente responsável pelo caso.
“Special Council is told to find crimes, whether a crime exists or not. I was opposed to the selection of Mueller to be Special Council. I am still opposed to it. I think President Trump was right when he said there never should have been a Special Council appointed because.....
— Donald J. Trump (@realDonaldTrump) March 21, 2018
"'O procurador tem a ordem de investigar crimes, existam eles ou não. Me opus à escolha de Mueller como procurador especial. Ainda me oponho. Acredito que o presidente Trump estava certo quando disse que jamais deveria ter sido indicado um procurador especial, porque não havia uma causa provável para acreditar que houve algum crime, coordenação e obstrução da justiça'. Assim afirmou o professor de Direito de Harvard Alan Dershowitz", escreveu Trump.
Os rumores sobre a possível destituição de Mueller por determinação de Trump aumentaram ao longo do fim de semana, depois que o presidente demitiu o ex-subdiretor do FBI, Andrew McCabe, faltando dois dias para sua aposentadoria, o que provocou a indignação da comunidade de inteligência.
Durante o fim de semana, Trump atacou a equipe liderada por Mueller, um dia depois que seu advogado pessoal, John Dowd, pediu o fim da investigação ao considerar que esta foi "fabricada" pelos antigos diretores do FBI por motivação política.
Why does the Mueller team have 13 hardened Democrats, some big Crooked Hillary supporters, and Zero Republicans? Another Dem recently added...does anyone think this is fair? And yet, there is NO COLLUSION!
— Donald J. Trump (@realDonaldTrump) March 18, 2018
"Por que a equipe de Mueller tem 13 democratas de linha dura, alguns deles grandes simpatizantes da corrupta Hillary (Clinton), e nenhum republicano? Há pouco eles acrescentaram outro democrata... Alguém acredita que isso é justo? E, no entanto, NÃO HOUVE CONSPIRAÇÃO (com a Rússia)! ", escreveu Trump no Twitter.
Trump, no entanto, omitiu que o próprio Mueller é republicano e foi indicado em 2001 como diretor do FBI, a polícia federal de investigação dos EUA, por George W. Bush.
O magnata repete constantemente que sua campanha não conspirou com a Rússia, mas nunca havia mencionado diretamente Mueller em seus tweets até a tarde de sábado, segundo revela uma busca em um arquivo público de suas mensagens na rede social.
"A investigação de Mueller nunca deveria ter começado, porque não houve conspiração e não houve crime. Ela se baseou em atividades fraudulentas e num falso dossiê financiado pela corrupta Hillary (Clinton)", tuítou Trump no sábado.
As duas menções ao procurador especial, que atua de forma independente sob a jurisdição do Departamento de Justiça, evidenciaram a impaciência do presidente com relação à investigação sobre a ingerência russa.