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Trump assina ordem executiva para taxas de 104% contra a China; medida vale a partir desta quarta

Presidente dos Estados Unidos havia dito que a China tinha até as 12h desta terça-feira, 8 (13h em Brasília) – para retirar as tarifas recíprocas

Tarifas de Trump: China não retira taxas recíprocas e presidente aumenta porcentagem (Andrew Harnik/AFP)

Tarifas de Trump: China não retira taxas recíprocas e presidente aumenta porcentagem (Andrew Harnik/AFP)

Publicado em 8 de abril de 2025 às 21h55.

Última atualização em 8 de abril de 2025 às 22h54.

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O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, assinou a ordem executiva que confirma a tarifa de 104% sobre produtos da China. A nova porcentagem passa a valer a partir da 1h01 (horário de Brasília) desta quarta-feira, 9, e chega como uma resposta após Pequim anunciar uma tarifa recíproca de 34% sobre os EUA — que entra em vigor na próxima quinta-feira, 10.

Em entrevista coletiva nesta terça, a porta-voz da Casa Branca, Karoline Leavitt, disse que "70 países estão negociando" com os EUA sobre as tarifas. E advertiu a China que o presidente Trump considera "um erro" a resposta de Pequim de taxar em 34% os produtos americanos.

O caminho até aqui

O presidente dos Estados Unidos havia dito que a China tinha até as 12h desta terça-feira, 8 (13h em Brasília) para retirar as tarifas recíprocas. No entanto, Pequim sinalizou que não pretende recuar, o que deve acelerar a guerra comercial entre os dois países.

A sobretaxa chinesa, de 34% é exatamente no mesmo patamar anunciado na semana passada pelo presidente americano contra a China.

Ao divulgar o que chamou de "tarifas recíprocas" contra todos os países do mundo na semana passada, Trump aplicou uma taxa de 34% contra produtos chineses, sendo que parte dela (10% de taxa) entrou em vigor no sábado, 5.

A taxa americana vai se sobrepor a uma tarifa já aplicada este ano de 20% especificamente a produtos chineses. Ou seja, os produtos chineses iriam pagar 54%. Com a nova taxa de 50%, o total vai a 104%.

Nesta terça-feira, o porta-voz do Ministério do Comércio chinês advertiu que "a ameaça de aumentar as tarifas contra a China é um erro após o outro e expõe, mais uma vez, a natureza chantagista dos Estados Unidos. A China lutará até o fim". Também informou que o país asiático adotará "contramedidas" para defender seus direitos e interesses, embora, ao mesmo tempo, tenha solicitado o diálogo.

Situação dos mercados

Os mercados da Ásia-Pacífico começaram a quarta-feira caindo com a notícia de que o presidente dos EUA, Donald Trump, assinou a ordem executiva que, na prática, levará a uma tarifa de 104% contra produtos chineses. Analistas temem uma guerra comercial sem precedentes.

O índice S&P/ASX 200 da Austrália já apresentava queda de 1,35%. No Japão, o Nikkei 225 já registrava forte baixa de 3%. Já o índice Kospi da Coreia do Sul caía 0,65%.

Os índices futuros do mercado acionário norte-americano também apresentam queda. O Nasdaq estava em baixa de 1,84%. Já o S&P 500 recuava 1,64%. O Dow Jones tinha desvalorização de 1,36%.

Os investidores também ficarão de olho na decisão do Reserve Bank of India no final do dia. O BC do país asiático deve fazer um segundo corte consecutivo na taxa básica de juros, o que levaria sua taxa básica para 6%.

Guerra comercial

Analistas temem que a guerra comercial provoque mais inflação, mais desemprego e menos crescimento. Trump alega que a economia dos Estados Unidos foi "saqueada" durante anos pelo resto do mundo.

Os 27 países da UE tentam buscar uma resposta comum e na segunda-feira propuseram uma isenção total e recíproca de direitos alfandegários para os produtos industriais, incluindo automóveis.

Na semana passada, ele anunciou uma tarifa geral de 10% sobre todos os produtos importados, à qual são adicionadas tarifas específicas por países, incluindo países da União Europeia (20%) e o Vietnã (46%).

"Não, não é suficiente", respondeu Trump, que critica a Europa por não comprar produtos industriais americanos em quantidade suficiente.

O secretário do Tesouro americano, Scott Bessent, afirmou em uma entrevista ao canal Fox News que as tarifas de importação anunciadas em 2 de abril servirão para colocar os Estados Unidos em uma posição de força.

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