Donald Trump: a suposta interferência de hackers da Rússia nas eleições presidenciais de 2016 é investigada pelo FBI (Carlos Barria/Reuters)
Agência Brasil
Publicado em 6 de julho de 2017 às 10h17.
Última atualização em 6 de julho de 2017 às 10h17.
O presidente Donald Trump disse hoje (6) durante uma entrevista coletiva que a Rússia pode ter interferido nas eleições norte-americanas que o elegeram.
Direto de Varsóvia, na Polônia, Trump foi evasivo ao dizer que pode ter havido uma interferência da Russia, mas também de outros países. "Ninguém sabe ao certo [...]. Eu penso que a Russia pode ter interferido, e acho que muitas pessoas interferiram."
Trump está na Polônia para uma agenda bilateral com o presidente polonês, Andrzej Duda e teve um encontro com líderes do país e também da Croácia. Hoje ele vai para Hamburgo, na Alemanha onde deve se encontrar com a primeira ministra alemã, Angela Merkel e participar também da reunião da Cúpula do G20.
Está previsto ainda um encontro entre ele e o presidente russo, Vladmir Putin. Após as declarações do presidente dos EUA na coletiva, o Kremlin disse a imprensa internacional em Moscou que "não concorda com as afirmações de Trump".
O presidente americano também disse que estaria trabalhando com aliados para "combater as ações da Rússia e seu comportamento desestabilizador".
O FBI investiga a interferência de hackers da Rússia nas eleições presidenciais de 2016. O próprio Donald Trump é acusado pelo ex-diretor da instituição, James Comey, de obstrução de Justiça. Segundo Comey, ele teria sido demitido por Trump, ao recusar abandonar as investigações sobre a interferência russa.
O porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov disse que à agência Reuters que o país reprova as declarações de Trump. "Nós não concordamos com essa abordagem", disse.
Peskov também explicou que o governo russo espera o primeiro encontro entre os dois presidentes justamente para resolver o que chamou de "falta de entendimento entre a Rússia e os Estados Unidos sobre expectativas para as suas futuras relações".
Na coletiva Trump também voltou a criticar a rede CNN ao dizer que a empresa americana se dedica a veicular notícias falsas. Ele disse que CNN "levou muito a sério" a postagem do vídeo na página dele do Twitter, em que colocou um vídeo-montagem, no qual ele aparece derrubando e espancando uma pessoa com a logomarca da CNN no rosto, na segunda-feira.
O que fez o sermão do Sr. Trump contra a grande mídia diferente desta vez foi o fato do partido de centro-direita do Sr. Duda, Lei e Justiça, propôs restringir o acesso da mídia ao Parlamento no ano passado. O governo recuou após protestos de rua.
"Eles [CNN] tem sido notícia falsa por um longo tempo e eles têm me coberto de forma desonesta", disse.
Com relação à Coreia do Norte, Trump afirmou que está pensando em reagir de forma muito "séria" para responder às ameaças nucleares de Pyongyang.