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Trump 2.0: as prioridades da nova gestão do republicano como presidente dos EUA

Equipe de Trump publicizou um informe em que enumera as prioridades da nova gestão de Trump à frente da Casa Branca

Posse de Donald Trump  (Kenny Holston / The New York Times / POOL / AFP/AFP)

Posse de Donald Trump (Kenny Holston / The New York Times / POOL / AFP/AFP)

Publicado em 20 de janeiro de 2025 às 14h50.

O republicano Donald Trump reassumiu a presidência dos Estados Unidos nesta segunda-feira, 20, com um discurso centrado em sua política de “América em primeiro lugar”.

Entre as principais promessas, estão medidas rigorosas para controle da imigração, mudanças na política de energia e uma ampla reforma na máquina pública federal, segundo um comunicado de sua equipe enviado à imprensa. Seu plano inclui ações polêmicas, como a retomada da construção do muro na fronteira com o México e o aumento de deportações de imigrantes ilegais.

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O anúncio de prioridades também reforça a intenção de revogar políticas implementadas pelo governo de Joe Biden, como programas ambientais e regulamentos que, segundo Trump, limitam a produção de energia nacional. Além disso, a nova gestão pretende reformar a burocracia governamental, com medidas que incluem a suspensão de contratações em áreas consideradas "não essenciais" e maior supervisão sobre a atuação de servidores federais.

Imigração e segurança nacional: foco na fronteira

Trump destacou no discurso de posse o controle da imigração como prioridade de segurança nacional. A gestão republicana pretende encerrar políticas como “captura e liberação”, além de reinstaurar o programa “Permanecer no México”, que exige que solicitantes de asilo aguardem fora dos EUA enquanto seus pedidos são analisados.

O plano também inclui o envio das Forças Armadas, incluindo a Guarda Nacional, para atuar na segurança da fronteira. Entre outras propostas, está a designação de cartéis como o Tren de Aragua — grupo criminoso transnacional — como organizações terroristas. Além disso, o Departamento de Justiça passará a buscar a pena de morte em casos de crimes hediondos cometidos contra americanos ou autoridades policiais.

"O Departamento de Justiça buscará a pena de morte como punição apropriada para crimes hediondos contra a humanidade, incluindo aqueles que matam agentes da lei e migrantes ilegais que mutilam ou assassinam americanos", diz o documento.

Outra medida polêmica é a suspensão do reassentamento de refugiados, com a justificativa de que algumas comunidades foram sobrecarregadas durante a gestão Biden. Trump também promete ações contra cidades-santuário, locais que oferecem proteção a imigrantes ilegais, alegando que estas "sobrecarregam os recursos locais e ameaçam a segurança pública".

Reforço na energia: uma "emergência nacional"

Na área energética, Trump declarou a intenção de retirar os EUA novamente do Acordo de Paris, tratado internacional voltado à redução das mudanças climáticas:

"O Presidente Trump se retirará do Acordo de Paris sobre o Clima."

A nova gestão também planeja simplificar o licenciamento de projetos energéticos e revogar regulamentações ambientais, consideradas "onerosas".

"O Presidente Trump declarará estado de emergência em energia e usará todos os recursos necessários para construir infraestrutura crítica. As políticas energéticas do Presidente Trump encerrarão a concessão de arrendamentos para grandes parques eólicos que degradam nossas paisagens naturais e não atendem aos consumidores de energia americanos", diz o comunicado, que emenda:

Entre as medidas está o fim do incentivo a grandes parques eólicos, que, segundo o governo, prejudicam as paisagens naturais e não atendem à demanda de energia do país. Para Trump, a independência energética dos EUA será tratada como uma "emergência nacional", com foco em infraestrutura e mineração. Políticas voltadas ao consumidor, como maior liberdade de escolha em eletrodomésticos e veículos, também foram mencionadas.

Reforma na máquina pública e valores tradicionais

O documento também destaca medidas para reduzir o tamanho e a influência da burocracia federal. Contratações serão suspensas em áreas não essenciais, e regulamentos anunciados durante o governo Biden, mas ainda não implementados, podem ser revogados. Servidores federais que trabalham remotamente serão obrigados a retornar ao trabalho presencial.

"Ele suspenderá contratações de burocratas, exceto em áreas essenciais, para acabar com a enxurrada de ativistas de DEI (Diversidade, Equidade e Inclusão) inúteis e supervalorizados entrincheirados na força de trabalho federal. Ele também suspenderá regulamentações onerosas e radicais ainda não em vigor que foram anunciadas por Biden", diz o comunicado de sua equipe.

Além disso, a gestão promete fortalecer a "responsabilidade dos burocratas", exigindo maior transparência e eficiência no serviço público. "O Presidente Trump planeja melhorar a responsabilização dos burocratas do governo. O povo americano merece serviço da mais alta qualidade, prestado por pessoas que amem nosso país. O Presidente também fará com que os funcionários federais voltem ao trabalho presencial, já que apenas 6% estão trabalhando pessoalmente no momento", diz o documento.

Um pacote de ordens executivas será lançado com o objetivo de reduzir o uso político de órgãos federais contra rivais, além de proibir a censura de conteúdos considerados verídicos.

Segundo o documento, Trump também reafirma seu compromisso com "valores tradicionais", incluindo a "proteção das mulheres contra a ideologia de gênero radical" e o reconhecimento de "homens e mulheres como realidades biológicas". Políticas externas e diplomáticas terão como foco exclusivo os interesses nacionais dos EUA.

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