Justin Trudeau: "Não queremos ter relações ruins com a Arábia Saudita" (Chris Wattie/Reuters)
AFP
Publicado em 8 de agosto de 2018 às 19h59.
O primeiro-ministro do Canadá, Justin Trudeau, afirmou nesta quarta-feira (8) que seu país continuará adotando um tom firme e claro sobre os direitos humanos - implicitamente recusando-se a pedir desculpas pelas críticas de Ottawa à repressão de ativistas na Arábia Saudita.
"Os canadenses esperam de nosso governo que fale firme e claramente da necessidade de respeitas os direitos humanos, no país e no mundo, é o que continuaremos fazendo", disse Trudeau ao ser indagado, durante coletiva de imprensa, sobre sua intenção de pedir desculpas a Riade.
Foi a primeira reação de Trudeau à expulsão do embaixador canadense em Riade por sua "interferência" nos assuntos internos da Arábia Saudita, que também pediu consultas com seu embaixador no Canadá e anunciou a suspensão das relações comerciais entre os dois países.
"Não queremos ter relações ruins com a Arábia Saudita", acrescentou Trudeau imediatamente. "É um país que tem alguma importância no mundo e que faz progressos ao nível dos direitos humanos, mas vamos continuar a destacar as dificuldades quando existirem, e em todo o mundo", afirmou.
O primeiro ministro indicou que "as discussões com a Arábia Saudita continuam".
A ministra de Relações Exteriores do Canadá, Chrystia Freeland, se reuniu nesta terça-feira com seu colega saudita, Adel al Jubeir, segundo ele.
Na segunda-feira, a Arábia Saudita expulsou o embaixador canadense e convocou seu representante em Ottawa, enquanto congelava qualquer novo acordo de comércio ou investimento com o país, depois que o Canadá denunciou a prisão de ativistas de direitos humanos no reino.
Na quarta-feira, Jubeir rejeitou qualquer possibilidade de mediação e estimou que o Canadá havia cometido um "grave erro". "Um erro deve ser corrigido, o Canadá sabe o que fazer", acrescentou. Ele também disse que seu país estava revendo "medidas adicionais" contra o Canadá, embora sem especificar detalhes.