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Da Redação
Publicado em 14 de março de 2015 às 12h01.
As forças iraquianas definiam neste sábado a estratégia para tentar expulsar os jihadistas do centro de Tikrit, que segundo um comandante militar será libertada nos próximos três dias.
Os combatentes do grupo jihadista Estado Islâmico (EI) foram superados em número e estão cercados, mas contam com a proteção das milhares de bombas que espalharam por toda a cidade.
A aliança de vários grupos que lutam contra o EI na região, que entrou na cidade na quarta-feira, está preparada para minimizar as baixas no caminho, no que seria a maior vitória até o momento contra os jihadistas.
Karim al-Nuri, da milícia Badr e porta-voz das Unidades de Mobilização Popular, formadas por voluntários, disse que não levará mais do que 72 horas para expulsar os combatentes do EI.
Al-Nuri afirmou que os últimos combatentes jihadistas que resistem no centro de Tikrit "estão cercados por todos os lados".
Ele afirmou à AFP perto da localidade de Awja, que fica próxima de Tikrit, que agora restam apenas entre 60 e 70 jihadistas na cidade.
Um tenente-coronel da unidade de combate ao terrorismo do exército do Iraque apresentou uma estimativa um pouco superior e fez uma avaliação mais prudente sobre a evolução da batalha.
"As batalhas nas cidades são difíceis para todos os exércitos", disse.
Neste sábado não havia evidência de confrontos intensos, em mais um dia de ataques aéreos das forças militares iraquianas contra o EI, mas com poucos avanços na frente de batalha.
Tropas do exército, unidades de polícia, as Unidades de Mobilização Popular, as milícias xiitas e grupos de combatentes sunitas ansiosos por retomar sua cidade iniciaram uma grande ofensiva há duas semanas.
Bagdá já tentou recuperar Tikrit diversas vezes, mas a operação em curso tem uma escala maior, com mais 30.000 homens envolvidos inicialmente.
A coordenação militar melhorou, a cooperação de alguns homens de tribos sunitas está garantida e o Irã estaria desempenhando um papel vital no planejamento e execução da operação.
- Resposta do EI -
O EI responde às perdas militares com a intensificação da guerra de propaganda, com atos cada vez mais grotescos, incluindo o vídeo de um menino que aparentemente executou um prisioneiro e a destruição de sítios arqueológicos de valor incalculável.
O grupo jihadista também tenta projetar a imagem de uma organização em constante expansão, apesar de sua presença no Iraque ter sido reduzida nos últimos meses.
Na quinta-feira, o porta-voz do EI, Abu Mohamed al-Adnani, anunciou que o grupo aceitou o juramento de lealdade do grupo islamita Boko Haram.
"Para os dois grupos, o novo vínculo proporciona uma propaganda muito necessária de vitória em um momento adequado", afirma a empresa de consultoria de inteligência Soufan Group.
A operação para recuperar Tikrit é considerada um teste da habilidade de Bagdá para impor disciplina ao conglomerado de forças envolvidas na guerra contra o EI.
As milícias xiitas foram acusadas de graves crimes e abusos nas áreas reconquistadas, incluindo ataques de vingança contra sunitas.
A organização de defesa dos direitos humanos Human Right Watch afirmou que o governo e as forças aliadas também foram responsáveis pela "destruição deliberada de propriedades civis" depois da reconquista da cidade de Amerli em setembro.