Novo atentado suicida, na madrugada de sábado para domingo,contra um posto do controle militar ocorreu na cidade de Gao, a maior do norte do Mali (AFP)
Da Redação
Publicado em 11 de fevereiro de 2013 às 16h32.
GAO - As tropas do Mali fizeram buscas casa a casa em Gao nesta segunda-feira por insurgentes islâmicos, cujo ataque dentro da cidade no fim de semana mostrou o risco de que as forças francesas podem se ver emaranhadas em uma bagunçada guerra de guerrilha.
Esgueirando através do rio Níger, escondidos pela escuridão, rebeldes aliados à Al Qaeda atacaram soldados do Mali e franceses no domingo nas ruas da antiga cidade mercantil do Saara, retomada dos islâmicos há duas semanas.
O ministro da Defesa do Mali, Yamoussa Camara, disse que três dos rebeldes islâmicos foram mortos e 11 foram presos, enquanto alguns soldados do Mali se feriram no combate.
A ousadia do ataque rebelde, que seguiu explosões sucessivas por dois homens-bomba em um posto de controle do norte, foi uma surpresa para a operação militar liderada pela França no Mali, que até então enfrentava pouca resistência real dos islamitas.
"Eles se aproveitaram dos dois ataques suicidas no sábado e domingo para se infiltrar na cidade", contou Camara em entrevista coletiva em Bamako. "Com os jovens desesperados sobre o seu futuro, é possível levá-los e doutriná-los ao ponto de sacrificar suas próprias vidas." Um médico no hospital de Gao, Noulaye Djiteyi, disse que três civis foram mortos e 11 feridos. As vítimas foram atingidas por balas perdidas no tiroteio.
A França interveio no Mali no mês passado, quando forças islâmicas, que haviam tomado o controle do norte na confusão após um golpe militar em março de 2012, avançaram sobre a capital Bamako.
Isso colocou o Mali na linha de frente das preocupações de segurança dos Estados Unidos e da Europa, com os temores de que os islamitas iriam transformar o país em uma base para ataques internacionais.
Líderes franceses disseram que pretendem começar a retirar tropas do Mali em março, e querem entregar as operações de segurança para uma força militar africana maior, de 8.000 soldados, que atualmente ainda está sendo montada e convocada principalmente a partir dos países do Oeste Africano.
MALI "NÃO ESTÁ TOTALMENTE SEGURO" O presidente francês, François Hollande, reconheceu que os militares da França ainda tinham mais trabalho a fazer antes de atingir seu objetivo de expulsar os grupos ligados à al Qaeda de todo o norte de Mali.
"Nós não terminamos nossa tarefa", disse Hollande em Paris, depois de se reunir com o presidente nigeriano, Goodluck Jonathan. "Há um risco tanto de ataques ou táticas de guerrilha, por isso temos de continuar a proteger todo o território do Mali".
O principal mercado de Gao estava movimentado nesta segunda-feira, mas as multidões se reuniram para olhar para o prédio da delegacia de polícia destruído, onde os jihadistas, alguns em motocicletas, disparando fuzis AK-47 e granadas, atacaram as tropas francesas e do Mali.
Depois de retirar a maior parte dos insurgentes de cidades do norte, como Timbuktu e Gao, a França vem apostando suas operações nas montanhas remotas do nordeste do Mali, onde forças especiais francesas e as tropas do Chade estão caçando bases rebeldes.
Eles acreditam que os rebeldes estão mantendo pelo menos sete reféns franceses, sequestrados no Sahel, em esconderijos na faixa de Adrar des Ifoghas que fica na fronteira Mali-Argélia.