Talibã: Os reféns, a maioria mulheres e crianças, foram resgatados durante uma operação lançada ontem à noite (Noorullah Shirzada / AFP)
Da Redação
Publicado em 27 de fevereiro de 2016 às 08h57.
Cabul - As forças especiais afegãs libertaram 35 pessoas, 25 delas menores, que permaneciam retidas pelos talibãs em uma prisão na província de Helmand, onde os insurgentes avançaram contundentemente nos últimos meses, informaram neste sábado fontes oficiais do Afeganistão.
Os reféns, a maioria mulheres e crianças, foram resgatados durante uma operação lançada ontem à noite no distrito de Nadali, um dos mais voláteis da região, disse o Ministério do Interior em comunicado.
O escritório do governador de Helmand detalhou em outra nota que as tropas especiais também detiveram sete guardas talibãs, entre eles um comandante do grupo.
Segundo o departamento provincial, a operação se baseou em informação obtida de antemão sobre a existência de uma prisão insurgente em um deserto entre Nadali e o distrito de Marjah, outra região altamente insegura, onde um soldado americano morreu em janeiro em um ataque.
A operação de ontem à noite é a terceira deste tipo em Helmand nos últimos três meses, depois que 60 e 59 prisioneiros serem libertados em dezembro e janeiro, respectivamente.
Os talibãs avançaram em Helmand nos últimos meses, chegando a controlar temporariamente uma parte da capital, Lashkargah, ao ponto de as autoridades locais advertirem, em dezembro, que a província estava a ponto de cair.
Nos últimos dias, as forças afegãs retiraram seus soldados de dois estratégicos distritos de Helmand, segundo o exército para "reposicioná-las em outras zonas chave". Os insurgentes controlam cinco das 14 demarcações administrativas regionais.
Os Estados Unidos enviaram recentemente um contingente adicional para apoiar as forças afegãs na província, onde a presença talibã não perdeu força nos últimos 14 anos, nem após a invasão americana em 2001.
A presença insurgente cresceu em diversas áreas do Afeganistão nos últimos meses,e eles conseguiram inclusive tomar temporariamente, em setembro, a cidade de Kunduz, a maior conquista militar dos talibãs desde a queda de seu regime, há 14 anos.