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Tropa de choque entra em confronto com manifestantes opositores em Caracas

Protestos contra Maduro foram intensificados após líder da oposição se autodeclarar presidente interino da Venezuela

Venezuela: Protestos deixa mortos e feridos pelo país (Carlos Garcia Rawlins/Reuters)

Venezuela: Protestos deixa mortos e feridos pelo país (Carlos Garcia Rawlins/Reuters)

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AFP

Publicado em 23 de janeiro de 2019 às 19h47.

Última atualização em 23 de janeiro de 2019 às 19h58.

A Polícia antimotim enfrentou nesta quarta-feira (23) manifestantes em um setor do leste de Caracas, após uma marcha da oposição em que o líder parlamentar, Juan Guaidó, se autoproclamou presidente interino da Venezuela, observou a AFP.

Os distúrbios ocorreram quando dezenas de opositores bloquearam a concorrida avenida Francisco de Miranda, na abastada localidade de Altamira, e membros da Guarda Nacional tentaram desobstruí-la, disparando balas de borracha e bombas de gás lacrimogêneo.

Os manifestantes, vários deles com os rostos cobertos, responderam com pedras, obrigando por alguns momentos os policiais a recuarem no bairro vizinho de Bello Campo.

Alguns jovens foram atendidos por paramédicos, enquanto outros foram detidos pelos militares, que se deslocavam em motocicletas.

Protestos e saques registrados entre a noite de terça-feira e a madrugada de quarta deixaram um morto no bairro de Catia, em Caracas, e outros cinco no estado de Bolívar (sul), segundo a ONG Observatório de Conflito Social.

Os confrontos com as forças antimotins estouraram depois que uma marcha que reuniu milhares de opositores para exigir um "governo de transição" que convoque eleições, ao considerar ilegítimo o segundo mandato iniciado por Nicolás Maduro em 10 de janeiro.

Milhares de chavistas também marcharam no leste e no centro da capital.

O protesto foi convocado por Guaidó, líder do Parlamento de maioria opositora, que em um discurso aos seus seguidores se proclamou "presidente encarregado" da Venezuela e disse que assumia as competências de Maduro, cuja reeleição tacha de fraudulenta.

Sua posse foi reconhecida pelos Estados Unidos, após o que Maduro anunciou que rompia relações com o país e várias nações latino-americanas como Brasil, Argentina e Colômbia.

Os confrontos desta quarta-feira trouxeram à memória os protestos opositores violentos de 2017, que deixaram 125 mortos entre abril e agosto deste ano, com denúncias de uma "repressão brutal" por parte das forças de segurança.

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