A insurreição do Boko Haram, particularmente violenta desde 2009, devastou o norte da Nigéria, causando pelo menos 20.000 mortos (Tyrone Siu/Reuters)
AFP
Publicado em 23 de outubro de 2017 às 06h58.
Três mulheres camicases realizaram atentados neste domingo em Maiduguri, capital do estado de Borno, no norte da Nigéria, matando 13 pessoas e ferindo 16, indicaram fontes de segurança.
"Uma primeira mulher detonou seu cinturão de explosivos às 21H45 (18H45 em Brasília) em frente a um pequeno restaurante, causando 13 mortos", indicou a fonte militar, que preferiu se manter anônima.
A fonte acrescentou que as outras duas jihadistas camicases deixaram ao menos 16 pessoas feridas em outros dois ataques consecutivos, o que foi confirmado por um responsável das milícias armadas da cidade.
O cinturão de explosivos de uma delas não funcionou bem e não causou vítimas.
Os socorristas nigerianos preferiram não fazer declarações oficiais, dado que já estava tarde, mas indicaram que se pronunciariam na segunda-feira de manhã.
No domingo, os cidadãos de Maiduguri tinham sido alertados sobre a presença de "um grande número de membros do grupo Boko Haram circulando nos arredores" da cidade, indicou uma fonte militar.
Maiduguri, a cidade onde foi fundado o grupo extremista nigeriano, havia voltado a uma calma relativa, apesar de atentados esporádicos.
No entanto, a cidade de Konduga, a 20 quilômetros da capital, é palco de violência recorrente há meses.
O estado de Borno, epicentro de confrontos entre o exército e o Boko Haram, continua sendo em grande medida inacessível, embora o grupo jihadista já não controle os amplos setores de território que ocupava até 2015.
Cerca de um milhão de pessoas encontraram refúgio na grande cidade do nordeste, e muitos vivem em campos de refugiados, onde a situação humanitária e de segurança é muito precária.
Na terça-feira, 10 pessoas serão julgadas por "distúrbios da ordem pública", após organizarem um protesto em setembro para denunciar as condições de vida nos campos.
A insurreição do Boko Haram, particularmente violenta desde 2009, devastou o norte da Nigéria, causando pelo menos 20.000 mortos e 2,6 milhões de deslocados.