Trichet também defendeu um esforço rápido e coordenado para resolver a crise bancária e de dívida, alertando que o risco de contágio no sistema financeiro cresceu rapidamente (Fabrice Coffrini/AFP)
Da Redação
Publicado em 11 de outubro de 2011 às 10h02.
Frankfurt - O Conselho Europeu de Risco Sistêmico (ESRB, na sigla em inglês) está trabalhando nas soluções para resolver a vulnerabilidade que os grandes bancos da zona do euro enfrentam por intermédio do financiamento em dólar e o risco de que os empréstimos em moeda estrangeira possam estimular um crescimento econômico excessivo, disse o presidente do Banco Central Europeu (BCE), Jean-Claude Trichet, em Bruxelas.
Trichet deu as declarações como presidente do ESRB, uma instituição da União Europeia responsável pela limitação do risco sistêmico para o sistema financeiro da zona do euro. Em meio ao risco de que os empréstimos em moeda estrangeira levem a um excessivo crescimento do crédito, o conselho recomendou que os governos nacionais apertem as regras relativas a esses empréstimos.
"Altos níveis de empréstimos em moeda estrangeira podem ter consequências sistêmicas para os países envolvidos, bem como potencial para contágio transnacional", disse o ESRB, em um comunicado divulgado em linha com as declarações de Trichet.
A recomendação surge várias semanas depois que os principais bancos centrais se mobilizaram em conjunto para injetar dólares no sistema bancário europeu, em meio aos sinais de uma nova crise de liquidez. O movimento teve por objetivo resolver a falta de dólares nos bancos da zona do euro, que são cada vez mais evitados pelos bancos dos EUA, temerosos de um contágio da crise da dívida.
Trichet também defendeu um esforço rápido e coordenado para resolver a crise bancária e de dívida, alertando que o risco de contágio no sistema financeiro cresceu rapidamente. "A crise atingiu uma dimensão sistêmica", afirmou.
Ele acrescentou que seria benéfico para o Fundo Europeu de Estabilidade Financeira (EFSF, na sigla em inglês) se esse mecanismo tivesse maior flexibilidade, para que pudesse emprestar para governos que, por sua vez, poderiam recapitalizar seus bancos. As informações são da Dow Jones.