Trichet do BCE (Getty Images)
Da Redação
Publicado em 10 de julho de 2011 às 12h08.
Aix-en-Provence - A economia global ainda está frágil e mais trabalho precisa ser feito em termos de fortalecer a governança política na União Europeia e coordenação política entre seus 17 membros para evitar futuras crises, afirmou, neste domingo, o presidente do Banco Central Europeu (BCE), Jean-Claude Trichet.
"A maior revelação dos últimos quatro anos foi a fragilidade da economia global", disse Trichet durante a conferencia econômica realizada em Aix-en-Provence. "O fortalecimento da resiliência é absolutamente essencial dada a atual fragilidade da economia global", afirmou.
As considerações de Trichet foram feitas em um momento em que o bloco europeu enfrenta desafios econômicos cada vez mais maiores com alguns observadores advertindo que ele corre o risco de se desintegrar, a menos que encontre uma forma de encontrar maior coordenação e reduzir as discrepâncias entre os ciclos econômicos de seus membros.
O aumento da crise da dívida soberana em alguns países da União Europeia mostrou uma divisão clara entre o centro econômico europeu, focado ao redor da Alemanha, e a periferia que inclui países bastante endividados com uma economia não competitiva, como a Grécia e Portugal.
Trichet, cujo mandato como presidente do banco central europeu termina em outubro, pediu por um "avanço sério na forma que as instituições sistêmicas são reguladas, incluindo as instituições não bancárias, ou seja, seguradoras, fundos de hedge e fundos de mercado".
O executivo disse também que é necessária uma maior coordenação dos gastos públicos nos 17 membros do bloco e na União Europeia como um todo. A aprovação de uma proposta de governança econômica para a União Europeia está parada em função de discordâncias entre o Parlamento e o Conselho Europeu.
"Nós evidentemente precisamos do fortalecimento da governança para a constelação de estados soberanos que estão trabalhando juntos em termos de criação de riqueza", ele disse, ressaltando que isto poderá levar a apenas um ministro de Finanças para toda a zona do euro no futuro. As informações são da Dow Jones.