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Trichet defende compra de bônus pelo BCE

Com a medida, o presidente do banco tem o objetivo de tentar acalmar os receios com a crise da dívida na zona do euro

Jean Claude Trichet: "nós estamos fazendo isso porque nós temos de promover a estabilidade de preços" (Wikimedia Commons)

Jean Claude Trichet: "nós estamos fazendo isso porque nós temos de promover a estabilidade de preços" (Wikimedia Commons)

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Da Redação

Publicado em 8 de agosto de 2011 às 20h31.

Frankfurt - O presidente do Banco Central Europeu (BCE), Jean-Claude Trichet, defendeu hoje a decisão de retomar o programa de compra de bônus, para tentar acalmar os receios com a crise da dívida na zona do euro, em especial Espanha e Itália.

Em uma entrevista para a emissora de TV alemã ZDF, Trichet disse que a intervenção do BCE nos mercados de bônus é necessária para que as políticas monetária e de juros do banco central funcionem adequadamente. Segundo ele, o BCE está se "desviando" das suas funções porque os mercados não estavam entendendo sua mensagem.

Trichet acrescentou, entretanto, que o BCE continua "ferozmente independente", apesar de usar tais medidas extraordinárias - que, segundo ele, não são novidade. Sua defesa da compra de bônus acontece um dia após o banco central indicar que começaria a comprar bônus dos governos de Itália e Espanha para reduzir os spreads desses títulos e a volatilidade nos mercados financeiros.

O presidente do BCE não deu detalhes sobre a compra de bônus, mas disse que a ação do banco foi "indubitavelmente significativa". Analistas estimam que o BCE pode ter comprado até 10 bilhões de euros em bônus espanhóis e italianos desde o anúncio, ontem.

Trichet voltou a afirmar que o banco central vai pagar pelos bônus que adquiriu, e disse que as críticas de que o BCE virou "banco podre" (que absorve ativos de má qualidade) são "absurdas". "Nós estamos fazendo isso porque nós temos de promover a estabilidade de preços", disse.

O presidente do BCE reconheceu que existem problemas "muito severos" na Europa e globalmente, especialmente em países industrializados. Mas ele garante que o euro, como moeda, não está em risco. Trichet ainda elogiou o modelo econômico da Alemanha, que demonstra boas políticas fiscais e competitividade. As informações são da Dow Jones.

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