Referendo na Turquia: missão conjunta de observadores considerou que o referendo não havia cumprido os critérios europeus (Huseyin Aldemir/Reuters)
AFP
Publicado em 25 de abril de 2017 às 11h06.
Um tribunal administrativo turco rejeitou nesta terça-feira um recurso de apelação apresentado pela oposição exigindo a anulação de uma medida da autoridade eleitoral, denunciada como uma potencial fonte de fraude durante o referendo para ampliar os poderes do presidente Recep Tayyip Erdogan.
O principal partido de oposição questiona a legalidade da decisão de última hora do Alto Conselho Eleitoral Turco (YSK) de considerar válidas as cédulas sem o selo oficial, afirmando que tal medida pode ter favorecido o campo do "Sim", que obteve uma vitória apertada com 51,4% dos votos, segundo resultados não oficiais.
Após o YSK rejeitar na quarta-feira passada um primeiro recurso do Partido Social Democrata CHP, este último recorreu ao Conselho de Estado para obter a anulação da decisão.
Mas o Conselho de Estado, a principal corte administrativa na Turquia, rejeitou esta apelação, justificando que a decisão do YSK "não constitui um processo administrativo" e, portanto, não é de competência do Conselho, segundo informou a agência de notícias pró-governo Anadolu.
O primeiro-ministro turco, Binali Yildirim, chamou na sexta-feira o novo recurso do CHP de "inútil". "Não serve para nada fazer todos desperdiçarem tempo", declarou.
Uma missão conjunta de observadores da Organização para a Segurança e Cooperação na Europa (OSCE) e do Conselho da Europa considerou que o referendo não havia cumprido os critérios europeus e ressaltou que a campanha havia sido realizada de forma desigual, beneficiando o campo do "Sim".