Policiais russos detêm líder da oposição, Alexei Navalny: prisão faz parte de uma investigação por fraude na companhia francesa de cosméticos Yves Rocher (Vasily Maximov/AFP)
Da Redação
Publicado em 28 de fevereiro de 2014 às 08h51.
Moscou - Um tribunal de Moscou ordenou nesta sexta-feira a colocação sob prisão domiciliar do principal opositor ao Kremlin, Alexei Navalny, como parte de uma investigação por fraude na companhia francesa de cosméticos Yves Rocher.
A medida estará em vigor até 28 de abril, afirmou no Twitter a porta-voz do opositor, Ana Veduta, que acrescentou que Navalny só poderá falar com sua família e não poderá utilizar telefone ou internet.
Navalny, um dos líderes da oposição ao presidente Vladimir Putin, é um advogado e blogueiro influente que se tornou conhecido ao denunciar na internet casos de corrupção nos quais estão envolvidas autoridades do alto escalão do país.
No caso Yves Rocher, é suspeito de ter desviado, junto com seu irmão Oleg, 26 milhões de rublos (590.000 euros) pertencentes à filial russa da empresa francesa.
Também é suspeito de ter desviado mais de quatro milhões de rublos (90.000 euros) de outra empresa.
Os dois irmãos também foram acusados de lavar 21 milhões de rublos (480.000 euros) e podem ser condenados a até dez anos de prisão.
Os investigadores já haviam obrigado Navalny a assinar por escrito que não sairia de Moscou. No entanto, pediram nesta semana que fosse colocado em prisão domiciliar, alegando que em várias ocasiões saiu da capital sem autorização.
Atualmente, Navalny está durante uma semana sob detenção administrativa, por ter desobedecido a polícia quando se dirigiu, na segunda-feira, à porta de um tribunal de Moscou para apoiar oito manifestantes contrários a Putin, condenados a até quatro anos de prisão.
O líder opositor sairá no dia 3 de março e, segundo a decisão pronunciada nesta sexta-feira, terá que se submeter imediatamente a sua prisão domiciliar.
Alexei Navalny, de 37 anos, é alvo de várias investigações, e recentemente foi condenado a cinco anos de prisão suspensa por outro caso.
O interessado rejeita todas as acusações e afirma que o verdadeiro objetivo destas investigações é afastá-lo da vida política.