Palestinos exibem bandeiras do Hamas: atividades do movimento islamita palestino Hamas no Egito estão proibidas (©AFP / Hazem Bader)
Da Redação
Publicado em 4 de março de 2014 às 09h53.
Cairo - O Tribunal de Assuntos Urgentes do Cairo emitiu nesta terça-feira uma decisão judicial que proíbe temporariamente todas as atividades do movimento islamita palestino Hamas no Egito, e decreta o confisco de seus escritórios.
A sentença afeta também às associações dependentes do Hamas, as que recebem respaldo financeiro, e qualquer tipo de ajuda do grupo, até que sejam resolvidas duas causas judiciais contra o grupo palestino no Egito, informou a agência oficial 'Mena'.
Os processos judiciais, abertos contra o deposto presidente egípcio Mohammed Mursi e outros dirigentes da Irmandade Muçulmana, envolvem o Hamas em um caso de espionagem para prejudicar a segurança do Egito e em um assalto a várias prisões para libertar presos islamitas.
Na causa das prisões, 70 palestinos estão sendo processados à revelia, acusados também de atacar às forças de segurança egípcias, sequestrar e matar agentes.
O processo, apresentado pelo advogado Samir Sabri, pedia ao presidente interino do Egito, Adly Mansour, ao então primeiro- ministro Hazem el-Beblaui, e ao ministro de Interior, Mohammed Ibrahim que considerassem de maneira urgente o Hamas como uma organização terrorista.
Sabri assinalou também em sua denúncia que o Hamas tem vínculos estreitos com a Irmandade Muçulmana, declarado 'grupo terrorista' pelas autoridades egípcias em dezembro do ano passado.
As relações entre Egito e Hamas se deterioraram desde a destituição militar em julho do ano passado de Mursi, e as posteriores acusações de colaboração entre a Irmandade e o movimento palestino para realizar atentados terroristas no país.
O Hamas, que governa a região palestina da Faixa de Gaza desde 2006 e mantinha uma estreita relação com o governo de Mursi, negou todas as acusações, e condenou a decisão do tribunal.
Além dos casos nos tribunais, as forças de segurança egípcias aumentaram desde julho passado as operações na Península do Sinai para acabar com os grupos extremistas radicados na região.
O grupo islamita afirma que a sentença da corte egípcia 'é uma decisão política que atinge o povo palestino e a sua resistência contra a ocupação'.
A maioria das campanhas militares tem lugar em regiões próximas a Gaza, desde onde Egito denuncia que se infiltram extremistas.
No marco destas operações, foram destruídas centenas de túneis que conectavam o Sinai com a Faixa de Gaza e usados para trabalhos de contrabando, o que afetou gravemente à economia palestina. EFE