Só na Virginia, o assessor pode ser condenado em até 270 anos de prisão (Jonathan Ernst/Reuters)
EFE
Publicado em 31 de julho de 2018 às 14h29.
Última atualização em 31 de julho de 2018 às 14h30.
Washington - O tribunal de apelações do Distrito de Columbia (Estados Unidos) decidiu nesta terça-feira manter em prisão preventiva Paul Manafort, ex-chefe de campanha do presidente americano, Donald Trump, e que hoje mesmo enfrenta seu primeiro julgamento sobre a investigação da chamada trama russa.
O tribunal de apelações, uma instância inferior à Suprema Corte, reafirmou a decisão adotada em junho por uma juíza de Washington, que considerou em meados de junho que Manafort devia ser preso porque tinha tentado influir nas declarações de duas testemunhas.
Manafort enfrenta dois julgamentos: um na corte do Distrito de Columbia, que começará em setembro, e outro no tribunal do distrito leste da Virgínia, com sede em Alexandria.
O julgamento na Virgínia começou hoje com a seleção dos 12 membros do júri e seus quatro suplentes, que se encarregarão de decidir sobre sua culpabilidade.
O ex-chefe de campanha de Trump se entregou ao FBI em 30 de outubro do ano passado e durante seis meses esteve sob regime de prisão domiciliar.
Só na Virgínia, Manafort enfrenta 18 acusações por não ter declarado os US$ 75 milhões que recebeu por assessorar governos estrangeiros, entre eles o do ex-presidente ucraniano Viktor Yanukovich (2010-2014), a quem ajudou a melhorar sua imagem.
Entre 2006 e 2017, segundo a acusação, Manafort trabalhou para Yanukovich e outros governos sem comunicar às autoridades americanas, o que constitui um crime.
Por estes fatos, o assessor pode ser condenado na Virgínia a até 270 anos de prisão.
O processo contra Manafort é fruto da investigação do procurador especial Robert Mueller sobre os supostos laços entre o Kremlin e membros da campanha de Trump para interferir nas eleições de 2016.
As acusações contra Manafort não estão diretamente relacionadas com suas atividades como chefe de campanha de Trump entre junho e agosto de 2016, embora nesse período tenha mantido contato com vários oligarcas próximos ao Kremlin, como o milionário Oleg Deripaska, segundo a promotoria.