Mundo

Tribunal de Hong Kong ordena que manifestantes deixem bairro

Supremo Tribunal emitiu medida cautelar para proibir a ocupação por manifestantes no bairro de Mong Kok

Manifestante reage a ação policial para remover barricadas em Mong Kok, Hong Kong (Carlos Barria/Reuters)

Manifestante reage a ação policial para remover barricadas em Mong Kok, Hong Kong (Carlos Barria/Reuters)

DR

Da Redação

Publicado em 20 de outubro de 2014 às 11h14.

Hong Kong - O Supremo Tribunal de Hong Kong emitiu nesta segunda-feira uma medida cautelar para proibir a ocupação no bairro de Mong Kok, que há 23 dias vem sendo o principal local de concentração dos manifestantes pró-democracia.

O mandato judicial obedece ao processo aberto por vários operadores de transporte público de Hong Kong, para que as ruas tomadas por barricadas por parte do movimento de ocupação voltassem a recuperar a normalidade o mais rápido possível.

Um advogado que representa o grupo garantiu que as manifestações que estão acontecendo no distrito de Mong Kok, com o bloqueio de várias ruas e a interrupção do transporte público, vêm causando prejuízos às empresas de táxis e ônibus, segundo a agência de notícias "Xinhua".

A ordem do tribunal foi divulgada pouco tempo depois de o porta-voz da polícia de Hong Kong ter afirmado em entrevista coletiva que a situação no distrito de Mong Kok, onde centenas de manifestantes permanecem nas ruas, está "à beira do caos".

"Estamos muito preocupados com a situação em Mong Kok, que consideramos de muito alto risco", disse hoje o porta-voz policial Steven Hui Chun-tak.

Hui fez um pedido para que crianças e estudantes não se concentrem nos locais de manifestações, ao advertir que alguns menores estavam sendo utilizados como "escudos humanos" entre manifestantes e policiais.

Além disso, acrescentou que esse comportamento era "extremamente egoísta, irresponsável e totalmente inaceitável".

"Aparentemente, essas pessoas vêm preparadas", disse Hui, ao se referir aos "manifestantes e arruaceiros radicais" que "incitavam outros a investir contra o cordão policial com o objetivo de criar caos", disse.

No último fim de semana, quando os protestos completaram três semanas e o número de manifestantes diminuiu consideravelmente, ocorreram os enfrentamentos mais violentos entre a polícia e os ativistas em Mong Kok, que terminou com 40 detidos e dezenas de feridos, entre eles mais de 20 policiais.

A situação em Mong Kok se agravou depois que, na madrugada da última sexta-feira, uma operação policial tentou remover as barricadas das ruas para que o trânsito pudesse ser reestabelecido.

No entanto, milhares de pessoas se reuniram nas ruas, voltando a interromper o tráfego e obrigando a polícia a se retirar, no meio de enfrentamentos intermitentes.

A atuação da polícia durante os protestos que vêm acontecendo por mais de 23 dias foi criticada pela população em várias ocasiões.

Um vídeo que mostra mais de seis agentes agredindo um manifestante amarrado fez com que a polícia afastasse os oficiais envolvidos no caso e iniciasse uma investigação.

Tudo isso acontece um dia antes da realização do primeiro diálogo entre estudantes e governo, que provavelmente será tenso e difícil.

*Atualizada às 12h14 do dia 20/10/2014

Acompanhe tudo sobre:DemocraciaHong KongMetrópoles globaisProtestosProtestos no mundo

Mais de Mundo

Argentina registra décimo mês consecutivo de superávit primário em outubro

Biden e Xi participam da cúpula da Apec em meio à expectativa pela nova era Trump

Scholz fala com Putin após 2 anos e pede que negocie para acabar com a guerra

Zelensky diz que a guerra na Ucrânia 'terminará mais cedo' com Trump na Presidência dos EUA