Mundo

Tribunal condena Hungria por deter e expulsar dois refugiados

Os dois litigantes tinham atravessado a Grécia, Macedônia e Sérvia antes de chegar na Hungria, onde ficaram detidos por 23 dias

Refugiados: a Corte Europeia concluiu hoje que a Hungria vulnerou os direitos à liberdade e à segurança (Matt Cardy/Getty Images)

Refugiados: a Corte Europeia concluiu hoje que a Hungria vulnerou os direitos à liberdade e à segurança (Matt Cardy/Getty Images)

DR

Da Redação

Publicado em 14 de março de 2017 às 12h57.

O Tribunal Europeu de Direitos Humanos condenou a Hungria nesta terça-feira por detenção irregular e por expulsar dois refugiados de Bangladesh que corriam risco de sofrer um tratamento desumano e que, na chegada à fronteira entre Hungria e Sérvia, tinham solicitado asilo.

Os dois litigantes tinham atravessado a Grécia, Macedônia e Sérvia antes de chegar à zona de passagem de Röszke (Hungria), onde ficaram detidos por 23 dias.

Após formular o pedido de asilo, ambos foram expulsos à Sérvia, segundo um decreto governamental de 2015 que considera esse país seguro.

A Corte Europeia concluiu hoje que a Hungria vulnerou os direitos à liberdade e à segurança.

Além disso, condenou a Hungria a indenizar cada um com 10 mil euros por danos morais e a uma compensação conjunta de 8,7 mil euros por despesas.

A decisão contradiz a tese do governo húngaro, que considerou legal a retenção, e acrescenta que é "inconcebível" que os litigante pudessem recorrer judicialmente da detenção.

O Tribunal de Estrasburgo estimou, além disso, que, embora as condições físicas da detenção sejam "aceitáveis", a Hungria não forneceu a proteção necessária à reivindicação de asilo ao enviá-los à Sérvia.

Nesse último país, segundo a sentença, os litigantes foram expostos a uma série de expulsões em cadeia para que voltassem à Grécia, onde "teriam sido amparados em condições desumanas e degradantes".

Além disso, as autoridades húngaras não fizeram uma apreciação individual dos litigantes, que não sabem ler, e interrogaram e deram informação ao primeiro deles em uma língua que desconhecia.

O Tribunal de Estrasburgo tem pendentes de sentença pelo menos dois casos relacionados com expulsões imediatas na cerca de Melilla em 2015.

Uma é a do camaronês Albert Julio Doumbe Nnabuchi, que se queixou do tratamento recebido após cair de uma escada na cerca e ser levado inconsciente à fronteira e expulso ao Marrocos, e a segundo afeta N.D. e N.T., dois imigrantes que basearam sua reivindicação em uma "devolução imediata" ao Marrocos em fevereiro desse ano

Acompanhe tudo sobre:EuropaHungriaRefugiados

Mais de Mundo

Justiça da Bolívia retira Evo Morales da chefia do partido governista após quase 3 décadas

Aerolineas Argentinas fecha acordo com sindicatos após meses de conflito

Agricultores franceses jogam esterco em prédio em ação contra acordo com Mercosul

Em fórum com Trump, Milei defende nova aliança política, comercial e militar com EUA