Homem armado de guarda em frente a aeroporto na Criméia: medidas foram anunciadas num momento de agravamento da crise ucraniana (Baz Ratner/Reuters)
Da Redação
Publicado em 28 de fevereiro de 2014 às 10h55.
Zurique - Suíça, Áustria e Liechtenstein decidiram nesta sexta-feira congelar os bens e as contas de 20 ucranianos, incluindo o presidente deposto Viktor Yanukovich e seu filho, depois que o novo governo da Ucrânia anunciou que quantias bilionárias desapareceram do Tesouro do país.
As medidas foram anunciadas num momento de agravamento da crise ucraniana. Homens armados assumiram o controle de dois aeroportos na península da Crimeia (sul), no que o novo governo descreveu como uma invasão e ocupação por forças da Rússia -- embora Moscou tenha negado envolvimento.
Os três países europeus não revelaram qual é o valor congelado. A União Europeia já havia definido medidas semelhantes na semana passada, mas ainda não as executou.
Na quinta-feira, o novo primeiro-ministro ucraniano, Arseny Yatseniuk, acusou Yanukovich de ter limpado os cofres públicos, e disse que créditos de 37 bilhões de dólares desapareceram. Nos últimos três anos, 70 bilhões de dólares haviam desaparecido de contas no exterior, acrescentou.
O governo suíço determinou o congelamento dos bens de 20 ucranianos, incluindo o ex-presidente e seu filho Oleksander, segundo a Finma, órgão de fiscalização do mercado financeiro suíço.
As autoridades disseram que o congelamento entraria em vigor ao meio-dia de sexta-feira. Promotores de Genebra anunciaram a abertura de uma investigação contra Yanukovich e seu filho por suspeita de lavagem de dinheiro.
Em nota, eles disseram que o promotor Yves Bertossa e policiais realizaram buscas numa empresa pertencente a Oleksander, na manhã de quinta-feira, apreendendo alguns documentos.
A Áustria disse que vai congelar contas bancárias de 18 ucranianos como medida preventiva, até que as sanções da União Europeia entrem em vigor. A chancelaria do país disse que a decisão foi tomada a pedido de Kiev.