México: os três jovens foram vistos pela última vez quando voltavam para casa após uma filmagem na localidade de Tonalá (Kevin C. Cox/Getty Images)
AFP
Publicado em 24 de abril de 2018 às 06h33.
Três estudantes de cinema que estavam desaparecidos no oeste do México há mais de um mês foram assassinados, confirmou nesta segunda-feira (23) a promotoria do estado de Jalisco, um caso que gerou protestos populares e de famosos cineastas mexicanos.
Os jovens Salomón Aceves Gastélum (25), Daniel Díaz (20) e Marco Ávalos (20) foram sequestrados e torturados antes de morrer e os assassinos teriam tentado se livrar de seus corpos dissolvendo-os em ácido, explicou Lizette Torres, chefe de investigação da promotoria em coletiva de imprensa.
A funcionária explicou que embora ainda estejam sendo analisadas as provas coletadas na casa onde foram encontrados os restos mortais, "os indícios localizados e encontrados nos fazem inferir logicamente" que se tratam dos três jovens estudantes de cinema da privada Universidade de Meios Audiovisuais.
Os três jovens foram vistos pela última vez quando voltavam para casa após uma filmagem na localidade de Tonalá, onde foram interceptados por indivíduos armados, que os levaram à força em dois veículos.
Supõe-se que os autores do crime seriam integrantes do Cartel Jalisco Nova Geração (CJNG), uma das organizações mais poderosas do narcotráfico no México, segundo as autoridades.
As investigações, que incluem os testemunhos de dois supostos membros do CJNG detidos, indicam que a tia de um dos estudantes estaria vinculada a uma organização rival, denominada cartel Nova Praça.
Torres esclareceu, no entanto, que não se acredita que nenhum dos jovens tivesse vínculos com algum cartel criminoso.
O desaparecimento dos três jovens gerou vários protestos no estado, organizadas principalmente por estudantes que exigiam seu retorno com vida e reclamavam da corrupção das autoridades.
Os cineastas mexicanos premiados com o Oscar Guillermo del Toro - originário de Guadalajara -, Emmanuel Lubezki e Alfonso Cuarón também exigiram publicamente o aparecimento dos jovens.
Segundo cifras oficiais, até 2017 foram contabilizadas no México 33.513 pessoas desaparecidas.