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Tremonti diz que é preciso iniciar privatizações na Itália

O ministro da Economia do país acrescentou que o plano de austeridade de 43 bilhões de euros deve ser aprovado na sexta-feira com dez novas medidas

Giulio Tremonti: "as Prefeituras serão empurradas a vender seus bens mediante um mecanismo de incentivos" (Wikimedia Commons)

Giulio Tremonti: "as Prefeituras serão empurradas a vender seus bens mediante um mecanismo de incentivos" (Wikimedia Commons)

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Da Redação

Publicado em 13 de julho de 2011 às 14h46.

Roma - O ministro da Economia da Itália, Giulio Tremonti, afirmou nesta quarta-feira que é necessário "iniciar um processo de privatização", uma vez passada a crise, e acrescentou que o plano de austeridade de 43 bilhões de euros está previsto ser aprovado na sexta-feira com dez novas medidas.

"As Prefeituras serão empurradas a vender seus bens mediante um mecanismo de incentivos que será introduzido em seu pacto de estabilidade", disse Tremonti, e rejeitou a possibilidade de privatizar a água.

Com relação ao plano de austeridade elaborado pelo Governo, o ministro da Economia asseverou que "será reforçado todo o quadriênio (2011-2014) e a aprovação será na sexta-feira" no Parlamento, durante o seu discurso na assembleia bancária italiana.

De acordo com a imprensa italiana, o Governo vai introduzir novas emendas ao plano que prevê aumentar em um mês mais o momento da aposentadoria em 2012, assim como o novo plano de privatizações, e será introduzido, como pede a oposição, uma nova taxa sobre os depósitos que aumentará gradualmente.

Em princípio para 2011 e 2012 estavam previstos cortes de 2 bilhões e 6 bilhões de euros, respectivamente, e foram adiadas para 2013 e 2014 as verbas de ajuste mais importantes para alcançar o déficit público zero e impulsionar a economia.

A dívida alcança 120% do PIB italiano. O ministro da Economia fez referência ao aumento nos últimos dias do prêmio de risco, que é calculado com o diferencial entre o bônus italiano para dez anos e o alemão de mesmo prazo, e que alcançou nesta terça-feira os 347 pontos básicos, o que situou à Bolsa de Valores de Milão à beira do precipício com várias "dias operando no vermelho".

"O aumento do prêmio de risco não é um problema de um só estado, mas da completa estrutura da Europa", disse o ministro e explicou: "desde 2003 ele propõem os bônus internacionais, acho que é a única solução, acho que é o caminho justo".

As últimas notícias da aceleração do plano de ajuste, assim como a colocação na véspera dos títulos de Estado para um ano com alta do rendimento, deram fôlego à dívida italiana.

Por sua vez, o presidente do Banco da Itália, Mario Draghi, disse que os bancos italianos estão preparados, "como tínhamos pedido, para os testes de solvência europeus" realizados pela Autoridade Bancária Europeia e pelos bancos centrais e que serão publicados na sexta-feira.

"Temos certeza" - afirmou - que os bancos superarão amplamente o limite de referência.

Draghi, quem compareceu ao lado do ministro Tremonti, acrescentou que "as entidades italianas demonstraram e continuam demonstrando uma capacidade de resistência e de reação em tempos graves".

Por enquanto, a bolsa de valores de Milão parece reagir positivamente a essas notícias e após uma abertura negativa, mudou de sinal e, no começo da tarde, seu índice seletivo FTSE MIB ganhava 1,14% e se situava em 18.721,29 pontos.

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