Policial inspeciona cabine de trem que descarrilou em Santiago, na Espanha, matando dezenas de pessoas (REUTERS/Eloy Alonso)
Da Redação
Publicado em 28 de julho de 2013 às 09h56.
Santiago de Compostela - O motorista que conduzia o trem da Renfe acidentado na noite de ontem em Santiago de Compostela, no noroeste da Espanha, reconheceu que estava a uma velocidade de 190 km/h em uma zona em que o limite era restrito a 80 km/h, informaram à Agência Efe nesta quinta-feira fontes da investigação.
O acidente causou a morte de 77 pessoas e deixou outras 130 feridas, segundo os últimos dados divulgados pelo Tribunal Superior de Justiça da Galícia. Após o acidente, o primeiro com um trem de alta velocidade no país, o motorista manteve conversas por rádio nas quais assegurava que estava muito acima da velocidade indicada para a curva onde ocorreu o descarrilamento.
Além disso, as fontes da investigação explicaram que, pouco tempo depois do acidente, o motorista do trem admitiu que estava em uma velocidade de 190 km/h perante o delegado do Governo na Galícia, Samuel Juárez.
A Polícia e técnicos de infraestruturas viárias averiguam desde ontem à noite as causas do acidente, enquanto a imprensa local reproduz hoje trechos das conversas telefônicas do condutor. Em uma delas, logo após a tragédia, um dos maquinistas chegou a afirmar: "Descarrilei, o que devo fazer, o que devo fazer".
Ambos os motoristas saíram ilesos do acidente e, inclusive, chegaram a participar dos trabalhos de resgate.
Centenas de agentes da Polícia, equipes sanitárias e especialistas em acidentes ferroviários trabalham no dispositivo estabelecido após o acidente, registrado pouco antes das 21h locais (16h de Brasília) nas proximidades da estação de Santiago de Compostela.
De acordo com a companhia, o trem transportava 247 passageiros e quatro tripulantes na hora do acidente.
O fato gerou uma forte comoção na Espanha, já que hoje, dia 25 de julho, é o dia de Santiago, o padroeiro religioso da Espanha, cuja festividade costuma levar milhares de turistas e peregrinos a Santiado de Compostela, capital política Galícia.