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Trecho Leste do Rodoanel tenta ser sustentável

Técnicas inéditas estão sendo usadas para minimizar impactos da construção "ambientalmente correta"

Trecho Leste do Rodoanel entrou no segundo ano de obras com três canteiros simultâneos e a preocupação de ser uma construção "ambientalmente correta" (Mário Rodrigues/Veja SP)

Trecho Leste do Rodoanel entrou no segundo ano de obras com três canteiros simultâneos e a preocupação de ser uma construção "ambientalmente correta" (Mário Rodrigues/Veja SP)

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Da Redação

Publicado em 9 de julho de 2012 às 08h55.

São Paulo - O Trecho Leste do Rodoanel entrou no segundo ano de obras com três canteiros simultâneos e a preocupação de ser uma construção "ambientalmente correta". Para isso, técnicas ainda inéditas estão sendo usadas para minimizar impactos da construção dos 43,8 quilômetros de pistas.

O Estado visitou os canteiros, com exclusividade, na semana passada. O maior destaque é o chamado "encontro leve" - uma ponte de 8,8 quilômetros de extensão que está sendo construída sobre a várzea do Rio Tietê na cidade de Suzano, na Grande São Paulo. A área é um dos pontos ambientalmente mais sensíveis da Região Metropolitana.

A sensibilidade vem do risco em se aterrar uma área que sempre fica alagada. Nos meses do verão, naquela área, o rio sobe cerca de oito metros de altura. Segundo o engenheiro responsável pela obra, José Alberto Berthônico, do consórcio SPMar, a solução para construir a pista sem aterrar a várzea do rio foi, literalmente, construir uma ponte marítima sobre terra firme. "Decidimos usar um cantitravel, usado para pontes no mar. A diferença é que, no mar, temos acesso à obra de qualquer ponto, com barcos. Nesse caso, não temos isso", afirmou.

"Cantitravel" é uma estrutura metálica que sustenta guindastes e mantém guias com roldanas para orientar a instalação das estacas da ponte. Quando uma estaca é martelada no solo, a estrutura é transferida para a nova estaca, sem que nenhum operário tenha de pisar no solo da várzea do rio.

Nem a água usada para o processo de cura do concreto da ponte cai na várzea. "Um sistema de dutos direciona a água para reservatórios, onde elas são coletadas", explicou Berthônico.

Outro canteiro é a abertura do Túnel Santa Clara, que ocupa a área de antiga pedreira de mesmo nome. Lá, a água usada para resfriar as máquinas que estão escavando o túnel é reciclada. O consumo diário dos equipamentos é de 100 mil litros por dia - o que já resultou em economia de 15 milhões de litros de água. As pedras retiradas no túnel estão sendo processadas e vão ser usadas na fabricação do asfalto. Há também outro canteiro, na conexão com o Trecho Sul, onde um viaduto está sendo erguido sobre a Avenida Jacu-Pêssego.

O Trecho Leste, que deverá ser entregue em 2014, está sendo construído pelo consórcio SPMar. Esse grupo vai administrar metade do Rodoanel, pois já gerencia o Trecho Sul. O investimento é de R$ 2,4 bilhões e a concessão das pistas será de 35 anos. As informações são do jornal O Estado de S.Paulo.

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