Donald Trump: "Eu direi que fazemos muito pela Ucrânia" (Jabin Botsford/The Washington Post/Getty Images)
Estadão Conteúdo
Publicado em 25 de setembro de 2019 às 11h55.
Última atualização em 25 de setembro de 2019 às 11h55.
São Paulo — O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, pediu ao presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, que investigasse um dos filhos do ex-vice-presidente americano Joe Biden e disse que instruiria seu advogado e procurador-geral a procurá-lo para "ir ao fundo" da questão, segundo transcrição de uma ligação ocorrida em julho entre os dois líderes e liberada pela Casa Branca.
A transcrição também mostra que Trump, antes de pedir ao ucraniano que verificasse ações do filho de Biden, lembrou Zelensky que os EUA enviam auxílio de segurança para a Ucrânia. "Eu direi que fazemos muito pela Ucrânia", disse ele. "Fazemos muitos esforços e gastamos muito tempo."
Segundo a transcrição, Trump não fez uma ligação explícita durante a ligação entre a ajuda dos EUA - que ele havia suspendido uma semana antes - e uma investigação sobre o filho de Biden. Zelensky respondeu que o presidente estava absolutamente certo e que os países europeus "não estavam trabalhando o quanto deveriam trabalhar pela Ucrânia".
A transcrição, divulgada na manhã de hoje, não é literal e se baseia em "anotações e memórias" de autoridades da Sala de Situação e do Conselho de Segurança Nacional, explicou a Casa Branca.
Na ligação, Trump menciona uma alegação refutada de que seu advogado, Rudy Giuliani, tem feito há meses: que Biden, na condição de vice-presidente, pediu o afastamento do procurador-geral da Ucrânia para proteger seu filho, Hunter, que fazia parte do conselho executivo de uma empresa cujo proprietário tinha sido alvo de investigação pelo procurador.
Ontem, a Câmara dos Deputados dos EUA abriu inquérito para possível impeachment de Trump, suspeito de usar o cargo para perseguir Joe Biden, que é pré-candidato à presidência em 2020.