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Tragédia com embarcação na Itália deixa centenas de mortos

Barco que tinha entre 400 a 500 imigrantes naufragou perto da ilha de Lampedusa; segundo o Corriere della Sera, mortos podem chegar a 300

Mariana Fonseca

Mariana Fonseca

Publicado em 24 de dezembro de 2013 às 14h48.

São Paulo - "Não temos mais lugar, nem para os vivos nem para os mortos", declarou, abatida, a prefeita de Lampedusa, Giusi Nicolini. "É um horror, um horror; eles [membros da Guarda Costeira] não param de deixar corpos".

Uma embarcação, que levava entre 400 e 500 imigrantes para a costa sul da Itália, perto da pequena ilha siciliana, naufragou. Segundo o Corriere della Sera, o número de mortes pode chegar a 300. A AFP confirmou 130 mortes até o momento.

De acordo com relatos dos sobreviventes, os ocupantes da embarcação já estavam há várias horas em alto-mar, sem nenhum tipo de apoio ou direção. Para chamar a atenção das autoridades italianas, eles atearam fogo ao barco, como se fosse uma espécie de sinalizador. Porém, a embarcação sofreu um incêndio e, com o pânico, muitos migrantes se jogaram ao mar, o que desestabilizou o barco. O grupo ficou à deriva a metros de praia de Pisciotto da cidade de Scicli, na Sicília.

O papa Francisco exclamou que "só me vem a palavra vergonha, é uma vergonha" para se referir ao acidente. Antes, ele havia se manifestado em sua conta no Twitter: "Rezemos a Deus pelas vítimas do trágico naufrágio".

Coincidentemente, a primeira viagem que o pontífice fez como papa foi à ilha da Lampedusa, em julho, exatamente para mostrar ao mundo o drama da imigração.

Desde o início de 2013, mais de 22.000 migrantes desembarcaram na costa do sul da Itália, quase três vezes mais que em todo o ano de 2012. A maioria dos imigrantes vem da Eritreia e da Somália. De acordo com autoridades, o navio, dessa vez, zarpou da Líbia.

A operação de resgate conta com a participação da Guarda Costeira italiana, da polícia de fronteira italiana e de barcos pesqueiros e privados. As buscas foram interrompidas na noite desta quinta e serão retomadas na sexta, por volta das 04h30 GMT (01h30 de Brasília).

Roma decretou uma sexta-feira de "luto nacional" e um minuto de silêncio será respeitado em todas as escolas e antes de todas as partidas de futebol do Campeonato Italiano.

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