Uma vítima é evacuada por uma equipe de resgate perto do local do desabamento de prédios no Harlem, na cidade de Nova York (Mike Segar/Reuters)
Da Redação
Publicado em 13 de março de 2014 às 22h54.
Nova York - A tragédia do bairro nova-iorquino do Harlem começa a ter nomes e sobrenomes um dia depois que uma explosão de gás derrubou dois edifícios, o que deixou um trágico balanço de oito mortos, enquanto continua a busca de quatro desaparecidos e a região tenta recuperar a calma.
O Departamento de Bombeiros anunciou nesta tarde que retirou o oitavo corpo dos escombros.
Até agora, foram identificados cinco mortos, o último deles um músico de nacionalidade grega chamado Andreas Panagopoulos, que vivia em um dos apartamentos dos dois edifícios de Park Avenue que desabaram.
As duas primeiras vítimas identificadas foram Griselde Camacho, de 45 anos, e Carmen Tanco, de 67 anos, ambas de origem porto-riquenha, segundo informou à Agência Efe a diretora do escritório de Porto Rico em Nova York, Brenda Torres. Ela acrescentou que entre os desaparecidos está Jorge Amadeo, também porto-riquenho.
Griselde trabalhava há anos como agente de segurança na universidade Hunter College, e deixa um filho adolescente e a sua mãe, que ficou ferida e permanece no hospital Mount Sinai. Já Carmen morava em Nova York há 40 anos, onde trabalhava como técnica dental.
A tragédia do Harlem também abalou a comunidade mexicana, já que outras duas vítimas são desse país: Rosaura Barrios, de 43 anos, e sua filha Rosaura Hernández Barrios, de 22. O consulado do país informou que, pelo menos, uma das 40 pessoas hospitalizadas também é mexicana.
Por outro lado, se presume que, pelo menos, outra vítima é de origem dominicana, embora ainda não tenha sido confirmado oficialmente nem se conheça sua identidade, segundo disse à Agência Efe um porta-voz do consulado dominicano, enquanto a sétima vítima poderia ser de nacionalidade japonesa.
Entre os quatro desaparecidos está Chris Jiménez, de 15 anos, e outro jovem identificado como Jordy Salas, americano de origem equatoriana de 22 anos que estuda Direito na Universidade CUNY e cuja esposa está grávida de cinco meses, segundo informam diferentes veículos de comunicação locais.
O prefeito da cidade, Bill de Blasio, disse hoje em entrevista coletiva que os trabalhos de resgate continuarão nos próximos dias com a esperança de encontrar alguém com vida, e garantiu que qualquer afetado pela tragédia receberá ajuda "sem importar seu status migratório".
As autoridades tiveram que esvaziar um total de 89 apartamentos e três estabelecimentos na região da explosão, embora nenhum dos edifícios tenha problemas estruturais, enquanto 66 pessoas passaram a noite em um centro de amparo temporário da Cruz Vermelha.
Outros moradores afetados foram amparados em casas de familiares e amigos, como o mexicano Julio Bonilla, que contou à Agência Efe que conhecia à família Hernández Barrios, que além de ter perdido Rosaura e a sua filha, outros dois de seus integrantes ficaram feridos e permanecem no hospital.
"Eu trabalho de noite e a essa hora estava dormindo quando senti que o edifício se estremeceu e pensei que era um terremoto (...) O primeiro que fiz foi buscar a minha filha de 12 anos, mas já estava na escola, e minha esposa estava trabalhando", disse Bonilla, que estava no apartamento com seu sobrinho.
A tragédia do Harlem reabriu o debate sobre o mal estado das muitos prédios da cidade de Nova York, já que, pelo menos, um dos edifícios que desabou tinha dezenas de queixas dos moradores, já que apresentava fendas nas paredes e problemas na rede de gás.