A CIA diz que 50 mil pessoas são escravizadas por ano nos EUA (Getty Images)
Da Redação
Publicado em 14 de janeiro de 2011 às 16h45.
Los Angeles - O tráfico de pessoas, do qual entre 600 mil e 800 mil pessoas são vítimas a cada ano no mundo, gera US$ 9 bilhões anualmente e atinge principalmente os imigrantes ilegais, segundo uma organização americana.
A coalizão para abolir a escravidão e o tráfico de pessoas, (Cast, na sigla em inglês), qualifica a situação como grave em diferentes cidades dos EUA, para onde a cada ano são trazidos cerca de 50 mil homens, mulheres e crianças para serem explorados, segundo estimativas da Agência Central de Inteligência (CIA).
A Cast estima que atualmente 27 milhões de pessoas no mundo sejam escravizadas.
O tráfico de pessoas "é um tipo de crime que é difícil combater porque não é público. É um crime privado e há uma falta de educação sobre como identificar o problema. Nosso objetivo é implantar políticas para ajudar a identificá-lo e prestar auxílio às vítimas para que saiam dessa terrível situação", disse à Agência Efe uma advogada da Cast.
"Segundo dados do Departamento de Estado, a Califórnia é um lugar onde muitas pessoas sofreram com o tráfico. É um problema muito grave porque somos um estado vulnerável, já que há muitos aeroportos, estamos perto da fronteira, próximos do oceano, e temos cidades muito grandes", disse a advogada.
Na Califórnia, os agentes de imigração do Governo federal indicam que "cerca de 10 mil mulheres em Los Angeles estão trabalhando como escravas na indústria sexual e esse número não inclui pessoas em trabalhos domésticos, fábricas, campos, entre outros".
Além da Califórnia, os estados de Nova York, Texas, Flórida, Ohio e Nevada também têm muitas vítimas desse tipo de crime.
"As estatísticas do Governo revelam um aumento, mas não sabemos se é porque agora há mais casos ou porque eles são mais identificados do que antes. Desde o ano 2000, temos uma lei mais agressiva em relação ao tráfico de pessoas nos EUA", destacou a advogada.
"Este é um problema que não pode ser combatido sozinho, a participação da comunidade é importante, identificando possíveis vítimas e denunciando os casos de exploração humana, seja ela sexual, trabalhista ou econômica", acrescentou.