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Trabalhistas não bloquearão Brexit, mas querem conhecer condições

O porta-voz dos trabalhistas afirmou que o governo deve proceder sobre a base de um "consenso parlamentar" e "não forçar divisões"

Brexit: May quer evitar expor seus planos para não revelar "suas cartas" (Luke MacGregor / Reuters)

Brexit: May quer evitar expor seus planos para não revelar "suas cartas" (Luke MacGregor / Reuters)

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EFE

Publicado em 7 de novembro de 2016 às 10h31.

Londres - O Partido Trabalhista do Reino Unido disse nesta segunda-feira que não tem a intenção de bloquear no parlamento a execução do "Brexit", mas que pedirá ao governo que exponha as linhas gerais de sua estratégia de negociação com a União Europeia (UE).

O porta-voz trabalhista para o "Brexit", Keir Starmer, declarou à emissora "BBC" que seu partido não pretende bloquear na Câmara dos Comuns a ativação do artigo 50 do Tratado de Lisboa - o que dará início ao período de dois anos de negociações com Bruxelas -, mas exigirá conhecer os planos do Executivo da primeira-ministra Theresa May.

"O Partido Trabalhista aceita que o governo tem o mandato de sair da União Europeia. Mas não tem o mandato sobre os termos dessa saída", afirmou Starmer.

"Não frustraremos o processo simplesmente votando contra o artigo 50, mas somos muito claros que, antes de chegar a esse ponto, o governo deve apresentar seus planos ao parlamento", ressaltou o porta-voz.

"Não podemos votar sobre um vazio, nem podemos seguir com este enfoque em que a primeira-ministra diz: 'eu tenho todas as cartas sobre o futuro do Reino Unido na Europa, e sua relação com a Europa e o mundo, e não vou revelar sequer os termos mais básicos ao parlamento'", disse Starmer.

O porta-voz dos trabalhistas afirmou que o governo deve proceder sobre a base de um "consenso parlamentar" e "não forçar divisões", e insistiu que é necessário um debate para se chegar a um acordo.

"Proceder divididos desta maneira não é correto", acrescentou Starmer.

O Tribunal Superior de Londres ditou na semana passada que o governo deve obter autorização do parlamento antes de ativar o artigo 50 do Tratado de Lisboa, uma decisão da qual May, que queria invocá-lo de forma unilateral, pensa em recorrer à Suprema Corte, a máxima instância judicial do Reino Unido.

May quer evitar expor seus planos perante as Câmaras dos Comuns e dos Lordes para não revelar "suas cartas" na negociação, e, apesar do revés judicial, mantém seu calendário de iniciar o processo de desligamento da União Europeia no final de março de 2017.

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