Jeremy Corbyn: o líder exigiu que as outras regiões do Reino Unido recebam fundos como os pactuados para a Irlanda do Norte (Dylan Martinez/Reuters)
EFE
Publicado em 26 de junho de 2017 às 11h07.
Londres - O Partido Trabalhista britânico e os líderes autônomos da Escócia e Gales condenaram nesta segunda-feira o pacto "contrário ao interesse nacional" entre o DUP, da Irlanda do Norte, e os conservadores para apoiar um Governo em minoria liderado por Theresa May.
O líder da oposição trabalhista, Jeremy Corbyn, exigiu que as outras regiões do Reino Unido recebam fundos como os pactuados para a Irlanda do Norte, que obterá 1,5 bilhão de libras (1,9 bilhão de euros) adicionais em troca do respaldo do DUP ao Executivo de May.
Corbyn exigiu ao Governo que deixe claro "de onde virá o dinheiro" e se pensa em aumentar o financiamento também à Escócia e Gales, e acusou a primeira-ministra de velar pelo "interesse do seu partido" e não pelo interesse nacional.
A ministra principal escocesa, a independentista Nicola Sturgeon, manifestou que "qualquer sentido de justiça foi sacrificado em um acordo sujo para permitir que a primeira-ministra se aferre ao poder".
O líder galês, o trabalhista Carwyn Jones, tachou o acordo de "escandaloso" e "inaceitável", e disse que "assassina a ideia de um financiamento justo para as nações e regiões".
"É escandaloso que a primeira-ministra acredita que pode assegurar o seu próprio futuro político jogando dinheiro na Irlanda do Norte enquanto ignora o resto do Reino Unido", afirmou.
O líder do Partido Liberal-Democrata, Tim Farron, acusou May de "jogar dinheiro a dez deputados em uma tentativa suja de manter o seu gabinete em Downing Street".
O Governo de May necessita do apoio dos dez deputados do ultraconservador DUP, pró-britânico e protestante, após ter perdido a maioria absoluta nas eleições gerais de 8 de junho.
Após vários dias de negociações, o Partido Conservador de May e o Partido Democrático Unionista (DUP) de Arlene Foster assinaram hoje um acordo de governabilidade que, entre outras coisas, reportará mais financiamento para a autonomia norte-irlandesa, em troca do apoio dos unionistas para as ações governamentais mais importantes, como os orçamentos e a relativa ao "Brexit".