Sebastián Piñera: medida de força foi divulgada enquanto o presidente anunciava o envio de um projeto para equiparar a remuneração dos funcionários municipais (Sean Gallup/Getty Images/Getty Images)
Da Redação
Publicado em 12 de novembro de 2013 às 21h24.
Santiago do Chile - A cinco dias das eleições presidenciais no Chile, uma nova paralisação, desta vez de 48 horas, foi anunciada para amanhã, quarta-feira, no setor público depois de o executivo suspender nesta terça-feira uma reunião com seus líderes que negociaria um reajuste para o setor.
A medida de força foi divulgada enquanto o presidente Sebastián Piñera anunciava hoje o envio de um projeto de lei que procura equiparar a remuneração dos funcionários municipais, em greve nacional há três semanas, com as dos empregados públicos.
O anúncio do líder do Palácio de la Moneda tenta destravar a greve dos municipais, uma força de trabalho que os especialistas consideram importantes para a realização tranquila das eleições do próximo domingo, dia 17.
Os diretores da Confederação Nacional de Funcionários de Saúde Municipal (Confusam), que fazem parte do setor público, disseram hoje que a recusa do ministério da Fazenda em recebê-los determinou que o setor chamasse a uma nova greve.
'A Fazenda decidiu suspender a reunião de hoje sem justificativa alguma, por isso decidimos convocar uma greve nacional por dois dias a partir de amanhã', explicou aos jornalistas o presidente da entidade e integrante da mesa do setor público, Esteban Maturana.
Semana passada os sindicatos do setor público já efetuaram uma greve nacional diante a falta de resposta do governo à reivindicação de reajuste salarial de 8,8% apresentada em outubro.
A iniciativa se uniu à dos funcionários municipais que já somam três semanas em greve nacional, também por reivindicações econômicas.
Maturana lembrou que após a paralisação a mesa de negociação foi retomada na sexta-feira e que nessa oportunidade o executivo prometeu uma contra-oferta para hoje, o que foi desmentido ontem pelo ministro da Fazenda, Felipe Larraín.
Já o subsecretário de Fazenda, Julio Dittborn, disse que não vão entregar uma proposta específica do reajuste até que esteja aprovada a Lei de Orçamento 2014.
Os dirigentes disseram que ficou marcada para quinta-feira uma nova reunião do chefe das finanças públicas para analisar o reajuste dos funcionários públicos.
Os trabalhadores pedem, entre outros pontos, reajuste de 8,8% e de 10% para os cargos de remunerações mais baixas. EFE