Trabalhadores da mina de Marikana fazem greve: em 16 de agosto, 34 mineiros que protestavam contra baixos salários morreram (Stringer/AFP)
Da Redação
Publicado em 18 de outubro de 2012 às 08h54.
Johannesburgo - A administração da gigantesca mina sul-africana de platina de Marikana, onde em 16 de agosto morreram 34 trabalhadores, anunciou nesta quinta-feira que os mineiros voltaram a interromper as tarefas em meio a alegações de ameaças da polícia.
"Temos uma interrupção", disse Sue Vey, porta-voz da empresa Lonmin.
"É muito prematuro afirmar que se trata de uma greve. Mas os funcionários não compareceram esta manhã aos níveis subterrâneos, onde deveriam estar", completou.
A interrupção parece estar relacionada com a indignação dos trabalhadores por um suposto assédio da polícia nos últimos dias.
"Eles estão preocupados. Aconteceram várias detenções durante o fim de semana", disse Zolisa Bodlani, representante dos mineiros.
Os trabalhadores retornaram à mina há quase um mês, depois da maior explosão de violência na África do Sul desde o fim do regime do apartheid, o que levou as empresas a aceitar um reajuste de salários.
A matança de Marikana provocou uma onda de violentas greves no país. Quarenta e seis pessoas morreram, entre mineiros e policiais.