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Tóquio toma precauções diante de ameaça radioativa

Apesar da distância em relação a central de Fukushima, moradores da capital do país compram máscaras para se protegerem de um possível acidente

Trem saindo de Tóquio: pessoas usam máscaras por temor de contaminação (Adam Pretty/Getty Images)

Trem saindo de Tóquio: pessoas usam máscaras por temor de contaminação (Adam Pretty/Getty Images)

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Da Redação

Publicado em 16 de março de 2011 às 14h21.

Tóquio - Tóquio enfrenta nesta quarta-feira a ameaça radioativa da usina de Fukushima, com mais máscaras entre a população e menos tráfego nas ruas, já que muitos habitantes trabalham de casa e numerosos estrangeiros preferiram deixar a cidade, apesar dos pedidos de calma das autoridades.

Embora a capital japonesa esteja a cerca de 250 quilômetros dos reatores nucleares em risco de sofrer uma grande fuga de radiação e que o vento nesta quarta-feira deslocava as nuvens dessas instalações em direção ao oceano, os habitantes de Tóquio aumentaram as precauções diante do temor de contaminação nuclear.

O uso de máscaras, um artigo muito comum entre os japoneses, aumentou ainda mais nos últimos dias após as advertências divulgadas na televisão, mas o Governo metropolitano garante que as medições de radioatividade seguem abaixo dos níveis perigosos.

No entanto, Tóquio é agora uma cidade mais tranquila que o habitual, com menos movimento em distritos comerciais como Kamiyacho, Shimbashi e a área de Ginza, já que muitos que podem preferiram trabalhar de casa.

Além dos problemas no transporte ferroviário e dos cortes programados de energia, há também a preocupação quanto à possibilidade de o vento trazer uma nuvem radioativa da usina nuclear de Fukushima.

O Governo japonês reiterou que, fora do perímetro de 30 quilômetros ao redor dessa usina, na costa leste, não há perigo para a saúde, mas, como precaução, muitos trabalhadores estrangeiros decidiram voluntariamente se deslocar ao sul do país ou abandoná-lo.

Alguns pediram a suas empresas ou embaixadas que os ajudassem a deixar o país ou a viver temporariamente em lugares mais distantes da instável usina de Fukushima. Por isso, legações diplomáticas - como a do México - decidiram fretar ônibus e pagar diárias de hotel a seus cidadãos.

Na circular interna de um banco americano à que a Agência Efe teve acesso, a empresa indicou nesta quarta-feira a seus funcionários que a crise na central de Fukushima não reveste gravidade para os residentes em Tóquio e defendeu a manutenção do ritmo de trabalho habitual.

No entanto, funcionários desse banco e de outras grandes instituições financeiras preferiram abandonar o país ou trabalhar hospedados em hotéis de cidades do sul da ilha, como Osaka, agora repleta de estrangeiros que decidiram se afastar da província de Fukushima.

"A maioria de nossos chefes foi para Hong Kong ou Cingapura, mas cada um deve planejar pessoalmente como enfrentar isso", afirmou à Efe um funcionário estrangeiro de uma das maiores casas de valores do Japão.

As embaixadas dos Estados Unidos e Reino Unido transmitiram mensagens de tranquilidade às empresas de seus países estabelecidas no Japão e lembraram que as avaliações dos especialistas sobre os níveis de radiação em Tóquio não refletem a gravidade que alguns acreditam.

No entanto, desde o terremoto de sexta-feira, Tóquio vive dias estranhos para a dinâmica e movimentada metrópole que é, com áreas normalmente buliçosas como Shimbashi, agora esvaziado, com estabelecimentos financeiros e comerciais fechados e pouco ânimo para happy hour nos bares.

No meio da tarde desta quarta-feira, poucos grupos de estudantes rompiam a monotonia da praça de Shimbashi pedindo para que os transeuntes doassem dinheiro às vítimas do terremoto e àqueles que perderam seus lares próximos à usina nuclear.

Em outros lugares, como o distrito comercial de Ginza, apesar da atividade contínua, são muitos menos os que passeiam pelas ruas apreciando as vitrines das lojas.

Quando cai a noite em Tóquio, a escuridão oculta os numerosos escritórios que, normalmente iluminados, permanecem de luzes apagadas, revelando os impactos do terremoto e da crise nuclear de Fukushima em uma das principais metrópoles do mundo, acostumada ao ritmo 24 horas por dia.

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