Ministros da Defesa da Coreia do Sul (D) e do Japão (E): o Japão não se envolverá em nenhuma operação bélica em território sul-coreano "sem contar com o consentimento de Seul" (Reuters / Song Kyung-Seok)
Da Redação
Publicado em 20 de outubro de 2015 às 09h12.
Seul - Japão e Coreia do Sul aproximaram nesta terça-feira posturas em matéria de Defesa, na primeira reunião realizada em Seul entre seus ministros desta área durante os últimos cinco anos, e em um momento de tensas relações bilaterais.
O encontro tinha como objetivo reativar a cooperação sobre Defesa, que está virtualmente suspensa, e conseguir um ponto de entendimento sobre a reforma militar aprovada por Tóquio, que permitirá a operação de suas tropas no exterior, o que despertou inquietação em Seul.
Neste sentido, o titular japonês, Gen Nakatani, afirmou que o Japão não se envolverá em nenhuma operação bélica em território sul-coreano ou nas proximidades deste "sem contar com o consentimento de Seul", segundo consta da declaração conjunta publicada ao término da reunião.
Trata-se da primeira vez que o Japão se compromete a isso em uma declaração conjunta com Seul, segundo destacaram fontes do Executivo sul-coreano à agência local Yonhap.
O ministro sul-coreano, Hao Min-Koo, afirmou que a modificação da política de Defesa do Japão "deve ser aplicada de modo que contribua à paz e à estabilidade no noroeste da Ásia", segundo o documento publicado pelo governo sul-coreano.
A reunião foi realizada antes da cúpula trilateral que ambos países realizarão com a China no início de novembro na capital sul-coreana, e na qual serão tratados os principais motivos de atrito entre os países vizinhos.
Japão e Coreia do Sul mantêm uma disputa pela soberania do arquipélago Dokdo, conhecido no Japão como Takeshima, reclamado por Tóquio e administrado por Seul.
O outro foco de tensão entre ambos países é o assunto das mulheres coreanas transformadas em escravas sexuais pelo Exército imperial do Japão na Segunda Guerra Mundial.
O enfrentamento em torno destes fatos históricos se agravou desde a chegada ao poder do conservador Shinzo Abe, conhecido por suas iniciativas revisionistas, em dezembro de 2012.