Ensaio: a passagem da tocha olímpica pela Grécia desta vez terá grande vínculo com a crise de refugiados. (Yannis Behrakis/ Reuters)
Da Redação
Publicado em 20 de abril de 2016 às 10h27.
Atenas - O Templo de Hera, na cidade grega de Olímpia, onde eram realizados os Jogos na Antiguidade, dará continuidade nesta quinta-feira à tradição de celebrar a cerimônia para acender a tocha olímpica, que abre a contagem regressiva para os Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro.
A passagem da tocha olímpica pela Grécia desta vez terá grande vínculo com a crise de refugiados. Um dos locais a serem percorridos no país será o centro de amparo de Eleonas, em Atenas, onde um refugiado sírio que pediu asilo na Grécia participará de um dos revezamentos.
O nome do refugiado sírio escolhido para carregar a tocha permanece mantido em sigilo e será revelado apenas na próxima sexta-feira.
A atriz Katerina Lehou será a Grande Sacerdotisa de Olímpia que acenderá a chama diante de um espelho parabólico que desviará os raios solares em direção à tocha, em uma invocação ao deus Apolo.
Lehou passará o fogo sagrado ao primeiro portador da tocha, o ginasta Eleftherios Petrounias, campeão mundial e europeu de argolas, de 25 anos.
Em 2015, Petrounias ganhou a medalha de ouro nas argolas nos Mundiais de Glasgow, nos Europeus de Montpellier e nos primeiros Jogos Europeus em Baku.
Enquanto o dia da cerimônia não chega, as autoridades trabalham no entorno de Olímpia em uma ampla operação de recolhimento de lixo ao longo de toda a rota da tocha e regiões próximas.
"A antiga Olímpia está resplandecente, o clima é de festa e esperamos que esta imagem seja mantida", disse nesta quarta-feira o prefeito de Olímpia, Giorgos Georgakopoulos, em declarações à imprensa local.
A partir de amanhã e durante seis dias a tocha atravessará diferentes regiões da geografia grega, como as ilhas de Zakintos e Corfu, diversos sítios arqueológicos e Maratona, cidade que dá nome à corrida de longa distância em homenagem ao soldado grego Fidípides.
Um dos pontos mais importantes no périplo da tocha será o campo de refugiados de Eleonas, no oeste de Atenas, onde o refugiado sírio participará do revezamento. Ao todo, 450 pessoas farão com que a tocha olímpica percorra 2.234 quilômetros em sua passagem pelo território grego.
A tocha fará sua última parada na Grécia no dia 27 de abril no estádio Panatenaico, sede dos Jogos Olímpicos de Atenas de 1896, que completam 120 anos.
Em 2016 também são lembrados os 80 anos desde a primeira vez que a tocha foi acesa em Olímpia nos Jogos modernos, uma iniciativa propagandística da Alemanha nazista para os Jogos Olímpicos de 1936 em Berlim.
Os revezamentos terminarão no dia 5 de agosto no estádio do Maracanã, quando o último portador levar a tocha à cerimônia de abertura dos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro, os primeiros a serem realizados na América do Sul.