Tiroteiro: as circunstâncias do tiroteio ainda são incertas e a motivação do criminosos, desconhecida (Steve Marcus/Reuters)
AFP
Publicado em 2 de outubro de 2017 às 08h34.
Última atualização em 2 de outubro de 2017 às 09h14.
A polícia calcula que pelo menos 50 pessoas morreram no domingo à noite quando um homem abriu fogo contra a multidão que assistia a um show em Las Vegas, no que já é considerado o tiroteio mais violento da história dos Estados Unidos.
"Estamos calculando ao menos 50 mortos e 200 feridos a neste momento", afirmou o xerife Joseph Lombardo, que identificou o atirador - morto durante o ataque - como Stephen Paddock.
Paddock abriu fogo a partir do 32º andar do hotel Mandala Bay, que fica na avenida central Las Vegas Strip, onde acontecia a terceira e última noite de um festival de música country.
As circunstâncias do tiroteio, que aconteceu pouco depois das 22H00 locais (2H00 de Brasília), ainda são incertas e a motivação do criminosos desconhecida.
Nenhum grupo assumiu a autoria e ele é considerado um "lobo solitário".
Lombardo indicou que Paddock era um morador da cidade e que a Polícia procura a mulher que o acompanhava para um interrogatório.
O cantor Jason Aldean, que conseguiu escapar, estava no palco quando os espectadores ouviram as primeiras rajadas de tiros. Em poucos segundos, a música parou de tocar, segundo um vídeo divulgado nas redes sociais.
No vídeo, uma mulher fala "abaixa, fica abaixado" pouco depois da interrupção da música, e um clima de confusão domina o local. Menos de um minuto depois é possível ouvir novos disparos.
"Temos dois policiais que estão no hospital, um em estado crítico, o outro, com ferimentos leves", relatou Lombardo.
Em maio, um atentado a bomba na saída de um show da cantora Ariana Grande em Manchester, na Inglaterra, deixou 22 mortos e 116 feridos.
O presidente Donald Trump enviou condolências aos familiares das vítimas do "terrível" tiroteio.
"Estávamos assistindo ao show, muito bem, quando ouvimos algo que parecia com fogos de artifício", contou Joe Pitz ao jornal "Las Vegas Sin".
"Imagino que era uma arma automática, porque, na verdade, pareciam fogos de artifício até que começou a comoção do lado do palco do Mandalay Bay, com pedidos por médicos e Aldean deixando o palco", acrescentou.
Monique Dekerf disse à rede CNN que ouviu "o que parecia vidro quebrando".
"Olhamos para os lados para ver o que estava acontecendo e escutamos o pop, pop, pop. Você pensa que acabou por um momento, porque não havia mais tiros e, de repente, começa de novo", completou.
Um homem contou que viu um homem ferido no pescoço "e, depois, as pessoas começaram a cair como moscas".
Uma mulher identificada apenas como Christie declarou à emissora KLAS que, ao ouvir os tiros, correu com o marido para o carro. Quando chegaram ao estacionamento, encontraram um homem ferido, que pediu ajuda. O casal levou algumas pessoas para o hospital.
"Esta noite vai além do horrível. Ainda não sei o que dizer, mas gostaria de informar a todos que minha equipe e eu estamos seguros. Meus pensamentos e orações vão para todos os afetados esta noite. Meu coração está partido que isto tenha acontecido com qualquer pessoa que estava aqui para ter uma noite divertida", escreveu Aldean no Instagram.
O tiroteio aconteceu sete meses após uma ação similar que deixou um morto e um ferido na mesma Las Vegas Strip.
Também recorda o ataque de junho de 2016 contra uma boate gay de Orlando, quando um homem abriu fogo e matou 49 pessoas. Outras 50 ficaram feridas.
O site Gun Violence registra uma estatística de 272 grandes tiroteios nos Estados Unidos no decorrer do ano, sem considerar o de domingo.