Theresa May: primeira-ministra do Reino Unido (Neil Hall/Reuters)
Estadão Conteúdo
Publicado em 22 de janeiro de 2017 às 14h01.
Última atualização em 22 de janeiro de 2017 às 18h22.
Londres - A primeira-ministra britânica, Theresa May, disse que vai falar sobre comércio e segurança quando se encontrar com o presidente dos EUA, Donald Trump, na semana que vem, mas não terá medo de desafiá-lo em questões que considera inaceitáveis.
Trump receberá Theresa na Casa Branca na sexta-feira, na primeira reunião com um líder estrangeiro desde que assumiu o cargo, informou a Casa Branca neste sábado.
"Teremos uma oportunidade de falar sobre nossa possível relação comercial futura e também a respeito de alguns dos desafios mundiais que todos enfrentamos", disse a premiê à British Broadcasting Corp., citando o terrorismo, o conflito sírio e a importância da Organização do Tratado do Atlântico Norte, que Trump chamou de obsoleto, como exemplos.
Como o Reino Unido optou por deixar a União Europeia no ano passado, o governo não poderá assinar qualquer novo acordo comercial bilateral até que se retire do bloco. É livre, no entanto, para negociar possíveis acordos futuros.
Theresa disse que planeja desencadear o processo formal de dois anos para deixar a União Europeia até o final de março.
Trump discursou a favor da saída do Reino Unido da UE, dizendo que "Brexit vai acabar sendo uma grande coisa".
Questionada se levantaria diretamente a questão do tratamento de Trump às mulheres, a primeira-ministra disse: "Em primeiro lugar, eu já disse que alguns dos comentários que Donald Trump fez em relação às mulheres são inaceitáveis. Por alguns deles, ele próprio se desculpou."
Grandes protestos foram realizados neste sábado, liderados por ativistas dos direitos das mulheres.
"Acho que a maior declaração que será feita sobre o papel das mulheres é o fato de eu estar lá, uma mulher, no cargo de primeira-ministra do Reino Unido, falando com ele, conversando diretamente com ele sobre os interesses que nós partilhamos."
Theresa disse que sempre que ocorrer algo que considerar inaceitável, não terá medo de dizer isso a Trump.