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Theresa May ainda tenta acordo com Partido Unionista Democrático

O acordo proporcionaria a seu Partido Conservador os votos necessários para governar como uma administração minoritária

Theresa May: Primeira-ministra britânica tinha dito anteriormente que havia chegado a um acordo (Stefan Wermuth/Reuters)

Theresa May: Primeira-ministra britânica tinha dito anteriormente que havia chegado a um acordo (Stefan Wermuth/Reuters)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 11 de junho de 2017 às 10h00.

Londres - A primeira-ministra Theresa May ainda está em negociações com o Partido Unionista Democrático (DUP, na sigla em inglês) da Irlanda do Norte por um acordo que proporcionaria a seu Partido Conservador os votos necessários para governar como uma administração minoritária, informou seu gabinete na manhã deste domingo (11), apesar de ter dito anteriormente que havia chegado a um acordo. Não houve uma explicação sobre a mudança de tom.

O DUP, por sua vez, informou em uma declaração que mantém discussões positivas com os conservadores, que continuariam na próxima semana.

As negociações seguem as eleições nacionais da última quinta-feira no Reino Unido, nas quais May obteve muito menos votos do que o previsto e ficou aquém de uma maioria geral no Parlamento. Ela foi forçada a buscar a ajuda do DUP - que garantiu 10 dos 650 assentos no Parlamento - para formar uma aliança que veria o pequeno partido de volta ao governo em votos críticos para manter os conservadores no poder.

May havia convocado as eleições em abril, em uma tentativa de fortalecer sua liderança antes das negociações com membros da União Europeia nos termos da saída da Grã-Bretanha do bloco, que começará no dia 19 de junho. Mas o oposto acabou acontecendo.

As negociações são sobre um chamado acordo de "confiança e oferta" entre os dois partidos - uma raridade na Grã-Bretanha, onde o sistema político tende a gerar governos de maioria simples. Isso pode significar que o DUP prometeria efetivamente apoiar o governo em futuras moções de não confiança no Parlamento e apoiar seus planos de impostos e gastos, entregues em orçamentos semestrais debatidos pelos legisladores. Os governos do Reino Unido precisam ganhar tais votos para permanecer no cargo. O acordo ficaria, porém, aquém de uma coalizão formal, o que significaria que May teria de lutar pelo apoio parlamentar para a maior parte de sua plataforma legislativa.

No início do sábado, os dois assessores mais próximos de May, os chefes de gabinete Nick Timothy e Fiona Hill, renunciaram na sequência do resultado eleitoral de quinta-feira. "Claramente, o resultado das eleições gerais foi uma grande decepção", disse Timothy em uma carta no site político Conservative Home. Ele chamou a Grã-Bretanha de um país dividido e disse que May é "a única líder política que entende isso".

O resultado mais fraco do que o esperado para May poderia levá-la a seguir um caminho mais suave de Brexit do que esperava. Antes da eleição, ela era inequívoca em seus planos de retirar a Grã-Bretanha do mercado único da União Europeia e da união aduaneira, que exige a livre circulação de pessoas do bloco - uma demanda fundamental de muitos apoiadores da Brexit. Mas isso agora parece estar em questão.

Autoridades da UE disseram que a incerteza política provocada pelas eleições do Reino Unido não afetaria o calendário de dois anos para que a Grã-Bretanha e a UE negociassem uma saída. A chanceler alemã, Angela Merkel, disse na sexta-feira que não esperava qualquer atraso na negociação do divórcio. "Nós dissemos que, é claro, vamos esperar até as eleições na Grã-Bretanha", disse Merkel na sexta-feira à noite durante uma visita ao México. "Mas essas conversas começarão nos próximos dias". Merkel disse que ela e os líderes dos outros 26 países empenhados em permanecer no bloco querem negociar Brexit "rapidamente" e "dentro do cronograma". "Queremos continuar a ser um bom parceiro da Grã-Bretanha", acrescentou Merkel.

May enfrentou críticas de dentro de seu Partido Conservador na sexta-feira após uma campanha que foi prejudicada por erros, incluindo uma reversão de política chave. "Nossa própria campanha foi sequestrada por nós mesmos", disse o legislador conservador Nigel Evans à British Broadcasting Corp. "Foi um objetivo próprio e surpreendente. Nós não atiramos no próprio pé. Nós atiramos na própria cabeça".

Ela também enfrentou críticas sobre sua decisão de buscar uma aliança com o DUP, que tem uma abordagem socialmente conservadora para questões como o casamento gay e o aborto.

As posições-chave no gabinete de May não foram afetadas pelas eleições, com Philip Hammond ficando como ministro das Finanças e Boris Johnson permanecendo como secretário das Relações Exteriores.

Fonte: Dow Jones Newswires

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